O Juiz Cloves Ferreira, titular da 4ª Criminal da Comarca de Rio Branco, iniciou na manhã desta quarta-feira (14) uma nova audiência de instrução dos seis réus acusados seqüestrar o adolescente Fabrício Augusto Souza da Costa, – desaparecido há mais um ano e nove meses (nº 001.10.009950-6).
Além deles, sete testemunhas serão interrogadas na unidade judiciária, localizada no Fórum Criminal. O magistrado informou surgiram "novos fatos e versões", vez que considerou necessária a realização desse novo interrogatório.
Os seis acusados de cometer o crime permanecem presos. São eles: Leonardo Leite de Oliveira, o "Doidinho"; Edvaldo Leite de Oliveira; Miguel Rodrigues do Carmo, o "Tatu"; Helington Rodrigues de Castro; Djair Oliveira de Souza, o "Maluquinho"; e Dorimar da Silva, o "Balseiro".
Além deles, duas menores – as quais respondem pelo ato na 1ª Vara da Infância e da Juventude -, agiram conjuntamente para seqüestrar o estudante, com o intuito de obter vantagem com o preço do resgate. Elas já foram indiciadas e também cumprem pena.
O Caso
De acordo com a denúncia oferecida pelo MPE, os seis denunciados, juntamente com duas menores – as quais respondem pelo crime na 1ª Vara da Infância e da Juventude -, seqüestraram o estudante, com o intuito de obter vantagem com o preço do resgate.
Segundo a Promotoria, a ação do grupo resultou na morte de Fabrício da Costa. Em seguida, os denunciados ocultaram o cadáver e corromperam as duas menores com as quais praticaram as infrações penais, previstas no art. 159, parágrafo 3º do Código Penal (extorsão e seqüestro com resultado de morte); art. 211 do Código Penal (ocultação de cadáver) e o art. 244-B da Lei 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente (corrupção de menor).
O fato novo
Em setembro deste ano de 2011, Cloves Ferreira já havia comunicado à imprensa acerca de um fato novo no rumo das investigações. A Polícia Federal (PF) à época informou que a testemunha "Thales" mudou o seu depoimento, afirmando que "não viu Fabrício ser levado por um homem no dia dos fatos, 16 de março de 2010". Além disso, Leonardo de Oliveira, (o "Doidinho") teria confessado o delito, porém indicando novo local dos fatos: o corpo do adolescente teria sido jogado no Rio Acre.
Buscas do corpo
O Ministério da Justiça determinou à PF que concretizasse ação no afã de tentar localizar o corpo da vítima. Por isso, o magistrado enviou cópia à PF do processo para análise de todas as provas e do percurso percorrido na investigação policial e instrução processual, a fim de possibilitar a ação de localização do corpo.
A operação contou com o auxílio de mergulhadores da Força Nacional de Segurança (FNS) e do Corpo de Bombeiros e até do uso de cães farejadores no suposto local do crime.
Apesar do esforço e da realização de diversas buscas no Rio Acre, o corpo do adolescente não foi localizado.