Frio e Puerto Maldonado são palavras que dificilmente vão aparecer na mesma frase. As temperaturas costumam superar os 34º graus na maior parte do ano e parecem encontrar ressonância no calor humano demonstrado por seu povo.
Há algo que desafia a percepção apressada de quem desembarca em solo peruano: a receptividade com que ‘los hermanos’ abraçam os que ali chegam a trabalho ou lazer.
Durante o I Congresso Internacional de Direito Constitucional e Direitos Humanos não foi diferente. Os magistrados do Acre que participaram do evento, realizado em Puerto Maldonado, cujas temperaturas chegavam facilmente aos 40º, comprovaram a fama do País vizinho.
Para além da civilidade habitual, eles foram os grandes homenageados do evento, ocorrido no último final de semana na Universidad Nacional Amazónica de Madre de Dios.
Os desembargadores Eva Evangelista, Francisco Djalma e Júnior Alberto; como também os juízes de Direito Olívia Ribeiro, Lois Arruda, Anastácio Menezes, Zenair Bueno, Giordane Dourado e Hugo Torquato receberam homenagens do Judiciário daquela nação.
Coube ao presidente da Corte de Justiça de Madre de Dios, Aroldo Quispe, conduzir o ato.
As autoridades brasileiras receberam certificados alusivos à participação no evento, brindes característicos do local e, não menos importante, o título de “Visitante ilustre da Província de Tambopata” – um dos mais significativos da Região -, “por sua contribuição ao estudo e difusão do Direito”.
“Não tenho outra palavra, que não somente agradecer por esta manifestação de cortesia, que muito me honra. Levarei ao conhecimento do presidente do Tribunal, desembargador Roberto Barros, a maneira especial com que fomos recebidos por esta Corte e seus membros, com os quais temos muito que aprender”, disse emocionada a desembargadora Eva Evangelista, decana do Tribunal de Justiça do Acre.
“Confesso que me impressionou a forma de tratamento, tão humano, de tanto respeito, consideração e cordialidade durante toda a nossa estada aqui”, completou o desembargador Júnior Alberto ao agradecer pela deferência.
A juíza Olívia Ribeiro elogiou a participação dos estudantes que, mesmo em um sábado (7) à noite, continuavam atentos assistindo às palestras e debates do evento. Ela abordou um tema sobre as “Garantias dos direitos fundamentais para as mulheres”, ainda considerado tabu no Peru.
Para a juíza Zenair Bueno, “o sentimento já era de saudade” e, para o desembargador Francisco Djalma, de que “iremos voltar”.