Obras do artista plástico Ueliton Santana ficam no Hall das Câmaras Cíveis e Criminal, e destacam técnica do uso de pinturas em redes de algodão.
Combinando jurisdição, cultura e arte, a atual gestão do Tribunal de Justiça do Acre tem tornado os seus espaços mais vivos, mais expressivos e humanos. Exemplo disso é que nesta quinta-feira (1º) a Administração realizou mais um vernissage, desta vez com a exposição “Identidade Amazônica em Rede”, do artista acreano Ueliton Santana.
Conduzido pela desembargadora-presidente Cezarinete Angelim, o evento foi realizado no Hall das Câmaras Cível e Criminal na Sede Administrativa, e teve as presenças da juíza-auxiliar da Presidência, Mirla Regina, de diretores, gerentes, assessores, secretários e servidores da Instituição.
A atividade cultural – que poderá ser conhecida pelo público até o final deste mês de setembro -, revela o encontro da Justiça com as mais diversas manifestações artísticas.
“Esta gestão amplia o horizonte da arte e da cultura no âmbito do Poder Judiciário Acreano. Não é por acaso que este vernissage já marca a oitava exposição, promovida nos últimos meses. Esta iniciativa vai ao encontro de uma das diretrizes desta Administração à frente do Tribunal de Justiça, que é a transformação das unidades judiciárias e demais espaços em ambientes mais acolhedores e com maior humanização, destacou a presidente do TJAC.
Cezarinete Angelim também explicou que a ação representa o compromisso com a responsabilidade social e cultural; “neste caso, fomentando as artes plásticas no Acre e possibilitando o acesso do público a programas culturais e educativos”.
A desembargadora-presidente enalteceu o fato de o artista utilizar-se de recursos naturais, como o algodão e redes, para conceber as obras, assinalando sua sensibilidade e talento. “Esta exposição, cujo apropriado título é ‘Identidade Amazônica em Rede’, reúne os dois elementos utilizados pelo artista acreano Ueliton Santana, que são as pinturas e as redes (de algodão), em perfeita sintonia, as quais resgatam traços antropológicos do Brasil, especialmente das regiões Norte e Nordeste”, disse.
Ueliton Santana não poupou elogios à atual gestão do Tribunal que, segundo ele, “contribui para a valorização do trabalho dos artistas, que podem expor as suas obras de um jeito diferenciado; colocando-os em contato direto com os profissionais da Justiça”. O artista também ressaltou que a arte não é um mero dom, as algo que se consegue “com muito estudo, dedicação, pesquisa e trabalho”.
Identidade Amazônica em Rede
A “rede” é citada nominalmente pela primeira vez por Pero Vaz de Caminha em abril de 1.500. Câmara Cascudo a pesquisou e concluiu que “milhares de Brasileiros nasciam, viviam, amavam e morriam na rede e toda ou quase toda aquela gente que arrancou o Acre para o Brasil nasceu e morreu dentro de uma rede balouçante”.
As redes principalmente no Nordeste e no Norte têm uma importância cultural ampla, sendo o seu uso diverso, desde dormir, descansar, esperar, carregar pessoas em passeios, carregar pessoas doentes pelos varadouros das matas, enterrar mortos e outras utilidades. Ao pensar no termo rede, essa palavra dispõe de um arsenal de variações com relação ao seu “significado”, dependendo da área do conhecimento.
No seu sentido mais amplo têm-se as redes sociais, rede de lojas; de pesca, de vôlei, e outros. A partir dessas observações, Ueliton Santana diz que começou a comprar redes em diversos locais do Brasil, e por último, deu preferência por adquiri-las em algodão cru, mais ou menos o mesmo tecido utilizado para a fabricação de pinturas em tela.
Sobre o artista
Doutor em arte Contemporânea pela Universidade de Coimbra, mestre em Ciências pela UFRRJ, Especialista em Metodologia do Ensino da Arte, com Graduação em Licenciatura em Artes Visuais; Ueliton Santana estudou Belas Artes em Cuzcu/Peru. Proferiu diversas palestras sobre artes visuais na maioria dos estados Brasileiros. Experiência em docência, já tendo ministrado diversos cursos sobre artes visuais; desenho, pintura, xilogravura, historia da Arte e realizou exposições individuais e coletivas nas principais capitais Brasileiras com curadoria de Paulo Herkenhoff, Agnaldo Farias, Marcus Lontra e outros, além de expor em outros países. Já recebeu diversos prêmios na área de arte, é docente do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Acre na área de Artes.