Até o momento, segundo dados divulgados, 59 processos relativos à adoção estão em andamento na 2ª Vara da Infância e da Juventude da Capital.
O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) promoveu nesta terça-feira (6) o II Encontro de Adoção. O evento visa fortalecer o trabalho desenvolvido pela Rede Estadual de Proteção à Criança e Adolescente nas ações de proteção dos direitos desse público infantojuvenil, por meio do debate sobre o tema da adoção. O evento foi realizado no Palácio da Justiça em parceria com o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC).
Durante a abertura do evento, a corregedora geral da Justiça, desembargadora Waldirene Cordeiro, representando a presidente do TJAC, desembargadora Denise Bonfim, enfatizou a necessidade de apoio a todas as crianças independente das condições delas, e falou o quanto é bonito adotar. Cordeiro também é presidente da Comissão Estadual Judiciária de Adoção.
“Nosso grande objetivo é trazer a conhecimento da população a necessidade de adoção. Apresentar a circunstância para que todos tomem ciência dessa realidade. É bom acolher, é saudável acolher. Com isso, nós garantimos as crianças seus direitos, as integrando em uma família”, disse a corregedora.
Estiveram reunidos profissionais atuantes no Poder Judiciário Acreano, integrantes do MPAC, assistentes sociais, psicólogos, gestores e acadêmicos, onde discutiram sobre questões relativas à adoção e maneiras de ampliar o trabalho realizado pela Rede de Proteção à Criança e Adolescente. O presidente da Associação dos Magistrados do Acre (Asmac), Luís Camolez, também prestigiou o evento.
Mesa redonda
O evento iniciou com a mesa redonda “Aspectos da Adoção”, com a participação do juiz de Direito Romário Divino, titular da 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco e coordenador da Coordenadoria da Defesa da Infância e Juventude do TJAC, do promotor de Justiça Mariano Jeorge; do defensor público Rogério Carvalho, da assistente social Alcilene Moreira e da servidora do Núcleo de Apoio Técnico às Varas da Infância e Juventude, Rutilena Tavares.
O encontro foi uma oportunidade para os membros que compõem a Rede de Proteção dialogar e buscarem desenvolver ações para proteção das crianças e adolescentes em situação de risco, assim como chamar atenção para a questão da adoção de crianças mais velhas, e que tenham alguma deficiência.
“As crianças com até três anos não há nenhuma dificuldade para adoção. E, hoje nós temos duas crianças para adoção e uma apresenta deficiência. Só tem duas crianças, pois as que aparecem com idades menores, são inseridas imediatamente em famílias substitutas, por meio da adoção. Por isso, encontros como esse são importantes, porque nos mostram que a adoção é um instrumento muito eficaz para garantir as nossas crianças o direito de ter uma família. Afinal, as crianças que foram abandonadas sonham com uma família”, disse o juiz de Direito Romário Divino.
O coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Criança e Adolescente do MPAC, procurador de Justiça Ubirajara Albuquerque, falou sobre a importância de a sociedade ser instigada para uma compreensão sobre a adoção.
“O que estamos procurando fazer é provocar uma compreensão, instigar que a adoção é uma escolha. Essa compreensão deve brotar em cada pessoa, para que possamos nos comprometer e ajudar o outro que tem necessidade”.
Além da mesa redonda, o II Encontro de Adoção também teve apresentação artística, defesa de monografia sobre a temática da adoção e depoimentos de adotantes. Todas as atividades foram realizadas objetivando conscientizar acerca da urgência necessária em proteger as crianças e adolescentes.
Dados
Dados apresentado durante o evento, apontam que, em 2016, foram adotadas 20 crianças ou adolescentes, neste ano 23 delas foram destinadas legalmente a um novo lar. Até o momento, 59 processos relativos à adoção estão em andamento na 2ª Vara da Infância e da Juventude da Capital.
No Educandário Santa Margarida, em Rio Branco, duas crianças estão aptas a serem adotadas, porém, outras diversas ainda estão em outros abrigos, mas não disponíveis devido ainda possuírem vínculo com familiares biológicos, o que impede a ocorrência da adoção.