Atividade promovida pelo Tribunal de Justiça leva serviços de cidadania para os lugares mais distantes.
A comunidade da Transacreana recebeu no sábado (24) as atividades do Projeto Cidadão. Criado em 1995 pelo Tribunal de Justiça do Acre, o projeto é desenvolvido em conjunto com outros órgãos e, nesta edição, ofereceu diversos serviços sendo realizado mais de dois mil atendimentos no total.
Promovido da Escola Major João Câncio, no Km 80, da Estrada da Transacreana, no projeto de Assentamento Itamaraty II, pessoas de muito longe visitaram o espaço e receberam atendimentos de diversas áreas.
É o caso de Plínio Melo, 41 anos, que percorreu mais de vinte quilômetros para requerer a emissão de CPF e carteira de identidade. “É ótimo porque se fosse precisar ir ao centro de Rio Branco fazer isso passaria mais de um dia para resolver. Com essa ação faço tudo em um só lugar e sem pagar nada”, comentou.
Enquanto parte da comunidade procurou a emissão de documentos, outra aproveitou os serviços oferecidos pelo programa Prefeitura na Comunidade.
Exemplo foi o aposentado Manoel de Souza, 68 anos, que por mais dez anos sente fortes dores na região da bexiga. Mesmo com dificuldade de locomoção, Manoel foi ao local do evento para receber atendimento médico e tentar solucionar o problema.
“Não moro tão longe assim, mas pelo fato de não conseguir andar direito, tudo se torna mais difícil. Essas ações são importantes. Eu, por exemplo, tem tempo que tento uma consulta em Rio Branco e não consigo. Agora vou aproveitar”, ressaltou.
União de esforços
A prefeita de Rio Branco em exercício Socorro Nery classificou de excelente a retomada do Projeto Cidadão e frisou sobre a união de esforços das instituições para a realização da ação.
“Teremos sempre de articular esse tipo de atividade porque quem ganha é a comunidade. É o cidadão que vem de longe e consegue em um único lugar encontrar diversos serviços”, frisou.
A supervisora do projeto, Lenice Lima também destacou a importância da ação e união entre os órgãos. “Juntos somos mais. Sozinhos não conseguimos realizar uma ação dessa grandiosidade. Nós somos gratos a todos que voluntariamente se dispõem a ajudar nessa atividade. A comunidade só tem a ganhar com a oferta de todo o serviço disponibilizado”, disse.
Atendimentos
O número de atendimento geral, contabilizando todos os serviços disponibilizados pelas instituições parcerias, chega a mais de dois mil.
Foram oferecidos emissões de carteira de identidade, por parte do Instituto de Identificação da Polícia Civil, e CPF, por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – que possui liberação para o sistema da Receita Federal.
O Incra também promoveu palestras educativas sobre os programas desenvolvidos pelo órgão. Fotografias, xerox, além de atendimentos médicos, vacinação e testes rápidos, foram oferecidos pela equipe de Saúde da Prefeitura de Rio Branco. A Prefeitura, por meio do programa Prefeitura na Comunidade, levou outras inúmeras atividades.
Orientações jurídicas, por parte da Defensoria Pública, e previdenciárias, por parte da equipe do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foram outros serviços disponibilizados. Profissionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) também estiveram presentes disponibilizando corte de cabelo.
Casamento Coletivo
Um dos destaques dos serviços oferecidos pelo Projeto Cidadão é o Casamento Coletivo, onde desperta o interesse de milhares de casais em oficializar a união de forma menos burocrática e gratuita. Nesta edição, por exemplo, foram 132 casais que legalizaram a união. A 3ª Serventia de Registro Civil de Pessoas Naturais foi o cartório que fez as habilitações.
David Veiga e Cleiciane Pedroza são de Rio Branco e foram até o evento casar. Os dois já viveram juntos por doze anos e chegaram a casar no civil, porém, um ano após o registro, optaram pela separação. Por quase dois anos separados, resolveram se reconciliar, porém estavam na fase de namoro e casaram novamente no civil durante o Projeto Cidadão.
“Ficou mais barato gastar somente o combustível de Rio Branco para a Transacreana ao invés de pagar todas as taxas necessárias. Somos gratos por essa ação que ajuda não somente os casais, mas a comunidade como um todo”, salientou o casal.
Nos 22 anos de atividade do projeto, foram contabilizados mais de 36 mil casamentos durante as edições do Casamento Coletivo. Faz parte desse dado ainda o casamento de Elis Carlo Santos e Mara Regina Barbosa. Os dois enfrentaram mais de vinte quilômetros para chegar até a escola para fazerem a habilitação do casamento.
“Somos juntos tem dezessete anos e agora ele resolveu casar. Fiquei muito feliz pela decisão dele porque era algo que sempre sonhei para minha vida”, enfatizou Mara Regina.
A cerimônia nupcial coletiva foi celebrada pela juíza de Direito Isabelle Sacramento que frisou sobre sabedoria que os noivos devem ter e o crescimento e amadurecimento.
Ainda durante a cerimônia, o casal mais novo (Kauvin Fernandes, 20 anos, e Emilly Thauany, 17 anos) e o casal mais antigo (Luciano Rodrigues, 59 anos, e Catarina Gomes, 53 anos) ficaram em destaque para representar os demais.