Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar realiza trabalho de articulação e construção voltado à proteção da mulher indígena.
O Poder Judiciário Acreano, por meio da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar, realiza trabalho voltado à proteção da mulher indígena. As ações de articulação, conduzidas pela desembargadora Eva Evangelista, que também lidera a Coordenadoria, têm ênfase no combate à violência doméstica e estabelecimento de canais de diálogos com povos indígenas.
Visando concretizar esse objetivo, será realizado no final do mês de novembro o Workshop “Os Direitos da Mulher Indígena: o enfrentamento à violência contra mulher indígena no Acre”.
A decana da Corte de Justiça do Acre recebeu, recentemente, a visita de Letícia Yawanawa, presidente da Organização de Mulheres Indígenas do Acre Sul do Amazonas e Noroeste e Rondônia (SITOAKORE).
A magistrada e as mulheres, lideranças indígenas e integrantes da SITOAKORE, dialogaram sobre organização do evento. Na ocasião, a desembargadora Eva fez questão de registrar o encontro, que representa mais um passo na luta pela proteção das mulheres contra violência doméstica.
Ler para compreender
Somando esforços para promoção do empoderamento da mulher indígena, a desembargadora Eva Evangelista ainda recebeu a visita das lideranças indígenas Joaquim Paulo de Lima Kaxinawá, mais conhecido como Joaquim Maná, e de seu filho Zezinho Yube, ambos da etnia Kaxinawá. O objetivo da reunião foi para eles articularem a tradução da cartilha sobre violência doméstica e familiar para língua Pano.
A tradução do material possibilitará que indígenas que não falam o português leiam o conteúdo e compreendam as informações. Dessa forma, o conhecimento sobre o tema será disseminado para as populações indígenas, incentivando a reflexão quanto os direitos das mulheres e apresentar a Lei Maria da Penha (Lei n°11.340/2006). Assim, 12 dos 16 povos indígenas do Acre poderão ler o material.
Joaquim Maná, que foi o primeiro indígena a receber o título de doutor no Brasil, será o responsável pela tradução da cartilha. Ele é doutor em linguística pela Universidade de Brasília (Unb) e também desenvolve diversos projetos voltados para resgaste e preservação da cultura indígena.
Durante a visita, as lideranças indígenas presentearam a década da Corte de Justiça com o livro “História e Organização do Povo Huni Kuĩ do Alto Rio Purus”.