O colo afetivo minimiza sofrimentos causados pela falta do convívio familiar.
A data do último domingo homenageia as mães e tem uma relação direta com a manifestação dos filhos sobre o seu amor e gratidão. Contudo, esse quadro de felicidade não pertence a 46 crianças, que hoje estão sob proteção no Educandário Santa Margarida.
Algumas estão no abrigo há pouco tempo, mas muitas já estão por vários meses, até anos, explicou uma das cuidadoras da entidade. Desta forma, como estão afastadas do convívio familiar por um tempo significativo, o carinho que recebem provem dos funcionários e visitantes.
Mobilizadas pela coordenadora da Infância e Juventude, desembargadora Regina Ferrari, dois grupos foram dedicar parte de seu tempo nesse Dia das Mães. “Brincar, dar um colo afetivo, entregar um pouco de carinho de mãe, de avó e ser a Justiça de mãos dadas com a sociedade”, descreveu a coordenadora.
Ao oferecer um momento de atenção, os servidores de diferentes instituições e juízes que compareceram no local tiveram a oportunidade de dedicar um pouco do amor que transborda em suas vidas. Atitude que faz diferença para os infantes, pois o apoio emocional afeta positivamente o desenvolvimento das crianças e adolescentes.
O Tribunal de Justiça do Estado do Acre incentiva, por meio do Projeto Padrinhos, que pessoas se voluntariem a “apadrinhar” uma criança. O apadrinhamento é diferente da adoção, mas se consolida por meio de um compromisso de ajuda afetiva ou material.
Muitos abraços
Assim que abriu a porta do dormitório, as crianças já vieram. Sabiam que viria visita. Espontaneamente, vieram abraçar. Chamaram pra brincar.
Logo, pega uma no colo, canta música para a que estão no berço. Outra pede para subir em seus braços. Elas sorriem e correm em seus pequenos passos. Mostram um brinquedo. São crianças, apenas.
Os maiores assistiam televisão. Eram muitos. Um perguntou se sabíamos palavras em espanhol. Contou que veio um “tio”, que ensinou a falar “Buenos dias, buenas tardes, buenas noches”. Decorou mais algumas pronúncias, empolgado. Quando estávamos indo, despediu-se com uma palavra nova: “adiós” tia.
Seja padrinho ou madrinha de uma criança!
Afetivo: É quando as famílias decidem apadrinhar crianças e adolescentes acolhidos em instituições para proporcionar-lhes experiências afetivas. É dedicar parte do tempo para a criança ou o adolescente, fazer visitas regularmente, compartilhar momentos especiais nos fins de semana, feriados ou férias escolares.
Provedor individual: É quem dá suporte financeiro às crianças e adolescentes por meio de doação de material escolar, calçados, pertences de uso pessoal ou com patrocínio de cursos profissionalizantes, artísticos, educacionais e esportivos.
Provedor de serviços voluntário: Normalmente é um profissional liberal que se cadastra para atender às crianças e adolescentes conforme sua especialidade de trabalho (dentista, médico, professor, etc.).
Provedor empresarial: Empresas, organizações governamentais ou não governamentais para darem suporte material ou financeiro à instituição de acolhimento. O apoio poderá ocorrer por meio da realização de obras nas instituições, doações de móveis, custeio de cursos profissionalizantes entre outros.