O programa Justiça Comunitária estimula a comunidade a desenvolver mecanismos próprios de resolução de conflitos.
Jogos Vorazes, Guerra dos Mundos e Black Mirror foram algumas referências cinematográficas utilizadas para conversar com 20 alunos do Colégio Militar Dom Pedro II. A atividade integra a capacitação de pais, professores, agentes comunitários (parceria com a prefeitura de Rio Branco), e mediadores do programa Justiça Comunitária, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC).
“A informação é insumo para nossas liberdades”, disse a palestrante. A servidora da gerência de Comunicação, Emanuelly Falqueto, contextualizou os direitos fundamentais como premissas para o tema da programação: relações interpessoais e a contribuição das redes sociais para a paz.
Ao conhecer mais sobre a revolução tecnológica e as interações instantâneas, o aluno Guilherme Rodrigues se posicionou sobre a necessidade de ter uma opinião crítica: “tem muitos casos de fake news, de pessoas que estão vivas e falam que elas morreram, por exemplo. Aí a notícia se espalha, como no caso do Whindersson Nunes, ele disse que precisou ligar pra mãe dele e dizer que tava tudo bem”. O colega Valdemar Bezerra complementou “nas redes sociais não sabemos quem está por trás do celular”.
Já Ana Beatriz segue uma disciplina diferenciada em casa e não passa tanto tempo no celular. A estudante do 7º Ano defendeu a importância do contato direto com as pessoas: “hoje vimos vários problemas das pessoas que tem a mania de ficar muito tempo no celular e ficam grudadas na internet. Ao passar tanto tempo ali, se perde um pouco das noções humanas”.
A assistente social Antônia Freitas foi selecionada para atuar como agente comunitária e o aprendizado vai fazer parte da sua prática diária. “A comunicação é essencial para as relações sociais, inclusive para fazer a mediação de conflito, ela é a nossa principal ferramenta”, ponderou.
A vontade de colaborar com a cultura de paz fez da ação educativa uma troca de experiências. Contudo, estar preparado para lidar com divergências não é uma tarefa fácil. Desta forma, exemplos cotidianos, tanto da escola, quanto familiares foram apresentados ao debate pelos participantes. Conteúdo que se somou a sátiras, contos de fadas, vídeos e notícias de diferentes plataformas, que compuseram as análises da ação educativa.
A coordenadora de ensino Angélica Batista estava satisfeita com a proposta metodológica. “A palestra foi tão interessante, que os alunos nem queriam que acabasse. Totalmente elucidativa para nós! Como é importante esse chamado para juventude ter consciência sobre como é possível usar as redes sociais para promover a paz, que é o objetivo deste curso de mediação”.
Os esclarecimentos seguirão sendo construídos em outros encontros previstos na formação. “A principal mensagem foi sobre o respeito. Falamos também sobre assistir os meios de comunicação pensando de criticamente nos sentidos e nas informações. Também sobre propagar a paz ao não agir violentamente. Não brigar nem fisicamente, nem nos diálogos, nem nas redes sociais. É preciso pensar no outro e respeitar todos”, concluiu Falqueto.
A mediação de conflitos nas escolas capacita alunos e professores para tratar de situações ocorridas dentro da comunidade escolar, com o intuito principal de mobilizar sobre a cultura da paz e multiplicar essas práticas para redução de condutas violentas e efetivação dos direitos humanos.