Presidente diz que é essencial pensarmos políticas públicas para combater imediatamente e a longo prazo a criminalidade e a crise do sistema penal brasileiro
O presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Francisco Djalma, participou nesta terça-feira, 27, da cerimônia de abertura do SENASP Itinerante.
O evento, realizado no Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre, sob medidas de segurança sanitárias, contou com a participação do ministro de Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, bem como do secretário nacional de Segurança Pública, Carlos Paim, do governador Gladson Cameli, do secretário de estado de Justiça e Segurança Pública, Paulo Cézar dos Santos, entre várias outras autoridades.
O projeto foi idealizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), para realização de visitas técnicas e encontros em todas as regiões brasileiras, com o intuito de promover e integrar políticas específicas na área.
O Estado do Acre foi escolhido como sede na região Norte do Brasil. O evento contou com apoio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP).
Falando aos presentes, o desembargador-presidente lembrou que o Acre é um Estado de fronteira “infelizmente utilizado como caminho para entrada e saída de tráfico de entorpecentes”.
“É necessário que os gestores nacionais não negligenciem essa realidade, fortaleçam as forças policiais e abarquem o Acre nas políticas públicas da área”, ressaltou.
O presidente do TJAC também destacou dados do Conselho Nacional de Justiça, que apontam o Acre como o estado do Brasil que mais aprisiona pessoas, “sejam adultos ou adolescentes”.
“São 8.414 pessoas que compõem a população privada de liberdade no sistema penal acreano e 668 adolescentes internados em meio fechado”, ressaltou.
Com uma taxa de aprisionamento de 954,04 pessoas para cada 100 mil habitantes, o Acre registra quase 1 mil pessoas presas a cada 100 mil habitantes, segundo o CNJ.
Para o desembargador-presidente do TJAC, os números mostram que “o problema da criminalidade e da crise no sistema penal e socioeducativo a nível estadual não é ausência de detenções ou até de punições”.
“É essencial pensarmos políticas públicas para combater imediatamente e a longo prazo a criminalidade e a crise do sistema penal brasileiro. Espero que neste encontro possamos dialogar e encontrar caminhos para sanar os problemas na área da Segurança Pública”, finalizou.