A ideia é alertar operadores do direito e evitar que mais pessoas se tornem vítimas das quadrilhas cibernéticas
Entre janeiro e outubro deste ano, o número de ocorrências de estelionato virtual no Estado aumentou consideravelmente em comparação ao mesmo período do ano passado. O crescimento acelerado destes casos se deu principalmente com a pandemia da Covid-19 e envolve, inclusive, autoridades públicas como vítimas.
Diante disso, a Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Acre (Coger) organizou a palestra sobre “Proteção e Privacidade on-line”, que acontecerá pela plataforma Cisco Webex, no próximo dia 18, das 14h às 16h (horário local). O Público alvo será composto de magistrados, membros do Ministério Público e Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre.
A ideia é alertar operadores do direito e evitar que mais pessoas se tornem vítimas das quadrilhas cibernéticas, bem como os mecanismos existentes para apuração e repressão desses delitos.
Os casos mais frequentes envolvem o aplicativo de mensagens WhatsApp, amplamente utilizado em nosso país, circunstância que impulsiona um considerável número de vítimas, que não possuem um perfil específico, abrangendo pessoas de diversas idades e classe.
Segundo o corregedor-geral da Justiça, desembargador Júnior Alberto, o refino desse golpe deixa todos surpresos porque os estelionatários têm acesso ao círculo de familiares e amigos da vítima, o que torna a investida muito eficiente.
A pandemia, aliada à quarentena e ao fechamento de serviços e estabelecimentos nos primeiros meses, trouxe dois elementos que impulsionaram o aumento dos registros de golpes cometidos: o maior tempo de utilização da internet e o crescimento no número de transações de comércio on-line.
Sobre o golpe
Por se tratar de um aplicativo de conversas particulares, o WhatsApp é o alvo mais frequente dos crimes cibernéticos. Foi justamente devido a este caráter privado que as pessoas têm se tornado vítima de um golpe: um criminoso clona o telefone de um amigo próximo ou parente, chama a vítima pelo aplicativo e solicita empréstimo de dinheiro, sob a justificativa de que estava tendo dificuldade para realizar um pagamento para uma pessoa, estava atravessando problemas de saúde, etc.
Passado o golpe, o amigo ou parente faz contato com a vítima a quem avisa alertando sobre seu número de telefone, mas de nada adianta, pois o golpe muitas vez se consuma instantaneamente. A situação é muito embaraçosa, deixando a vítima numa situação de muita vulnerabilidade. Muitas vezes criminosos de outros Estados aplicam esse golpe à distância.
Ataque
O recente ataque aos servidores do STJ, e a invasão aos e-mails de magistrados e servidores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, bem como a exploração de uma fragilidade num túnel de criptografia (VPN) da Controladoria Geral da União, acendem um alerta para que todos estejamos atentos.
Para entender como funcionam essas e outras ações ilícitas, o Delegado Alesandro Gonçalves Barreto fará uma palestra a convite do corregedor-geral, desembargador Júnior Alberto.
O evento acontecerá pela plataforma Cisco Webex, no dia 18 de novembro de 2020, no horário de 14h às 16h, horário local. O Público alvo será composto de magistrados, membros do Ministério Público e Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre.
Sobre o Palestrante:
Alesandro Gonçalves Barreto é Delegado de Polícia Civil do Estado do Piauí. Coautor dos livros: Investigação Digital em Fontes Abertas, Manual de Investigação Cibernética, Deep Web, Vingança Digital, Cybercrimes e os Reflexos no direito brasileiro e, Cybercards. Atualmente é Coordenador do Laboratório de Operações Cibernéticas (CGCCO/DIOP/SEOPI/MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA). Professor de Cursos de Inteligência Cibernética pela SENASP/MJSP e SEOPI/MJSP. Professor convidado da UNAULA, Medellín – Colômbia.
Diretor da Unidade do Subsistema de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí entre os anos de 2005 e 2016. Gestor do Núcleo de Fontes Abertas na SESGE/MJSP nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Integrou o Grupo de Trabalho revisor da Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública. Coordenador Geral de Contrainteligência da Diretoria de Inteligência na SENASP e Coordenador Geral Substituto da Polícia Judiciária e Perícia da Diretoria da Força Nacional (2017/2018).