Depois de muitos desafios, garoto de 12 anos ganha um novo lar com casal que optou por adoção tardia
Naturalmente qualquer história de adoção não é algo simples, pois para uma criança chegar a esse momento, certamente passou por diversos episódios conflituosos e difíceis. E todos que participam de alguma forma do processo de adoção se envolvem e se emocionam com cada caso que acompanham.
É exatamente por todos esses fatores, que servidores e magistrados do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), assim como servidores da Prefeitura de Rio Branco, e os atenciosos colaboradores do Educandário Santa Margarida, comemoram mais uma adoção que se concretizou neste fim de ano.
Um garoto de 12 anos viajou nesta semana para outro estado, para morar com a nova família.
Finalizar esse processo também foi algo que contou com o trabalho e apoio de várias pessoas. O juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco, José Wagner, solicitou passagem aérea da prefeitura de Rio Branco e foi prontamente atendido via Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do município, o que possibilitou a partida do menino.
“Todos que estiveram envolvidos nesse processo de adoção se empenharam muito para que acontecesse. Agradecemos muito a prefeita Socorro Neri, a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Núbia Musis, e a diretora da instituição, Rejane Cristina Oliveira. Agradecemos também todos que trabalham no Educandário, pelo apoio e compromisso. Ver uma adoção tardia sendo realizada é de uma satisfação imensa e nos enche de esperança”, ressaltou a desembargadora Regina Ferrari, coordenadora da Infância e Juventude (CIJ).
A Coordenadora Técnica do Educandário, Gardênia Sales, destacou que a vida em família tanto almejada pela criança, agora possível por meio da adoção, além de um desejo representa um direito assegurado. “E este direito contou com trabalho sólido e articulado e, neste sentido, o Educandário Santa Margarida reafirma seu compromisso com acolhimento ancorado no desenvolvimento integral das crianças e no profissionalismo e compromisso de sua gestão e dos profissionais da área técnica e operacional”, comentou a coordenadora.
A história
O adolescente foi abandonado pela mãe ainda criança na casa dos avós, em Boca do Acre. Eles o criaram sem muitas condições, assim como sua irmã e uma prima.
Os três foram levados para o abrigo em 2017, por negligência da família, que não tinha condições de ficar com as criança. À época, o menino tinha 9 anos, a irmã 12 anos e a prima era bebê, com apenas alguns meses de vida.
A tentativa foi realizar a reinvenção para a família extensa, ou seja, eles foram levados para morar com um tio, que foi localizado como único membro mais próximo. Lá também não foi possível ficarem, pois o tio também não tinha condição de cria-los.
De volta ao Educandário Santa Margarida, a irmã do garoto foi adotada em 2018, por um casal que optou por adoção tardia, algo mais difícil de se ver acontecer.
A prima, já com três anos, também foi adotada em 2019, por um casal que se habilitou na adoção de uma criança de menor idade, e em seguida na adoção tardia, e o garoto foi para um período de convivência com eles. Mas essa história não teve o desfecho desejado, pois não foi possível ele permanecer com eles, voltando para o abrigo já destituído do poder familiar.
Mas neste fim de ano, a história ganhou um novo capítulo, quando um casal que optou e se habilitou para a adoção tardia, teve um processo de aproximação muito exitoso com o adolescente, até chegar ao grande momento de ele viajar para o novo lar, que o aguardo com a esperança de um recomeço e de uma convivência de amor e cuidados que toda criança merece.”