Integrando ações de combate ao suicídio, a Gerência de Qualidade de Vida do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) entregou mudas de girassóis ao público interno do Judiciário na manhã da sexta-feira, 10
Alegria, interação e sorrisos essas três palavras traduzem o clima na entrega dos girassóis nesta manhã de sexta-feira, 10, no Centro Médico, localizado na sede do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). O ato integrou as ações do Judiciário acreano pela campanha Setembro Amarelo, para conscientizar sobre a prevenção ao suicídio.
A distribuição das 110 mudas iniciou às 8h e vários servidores e servidoras foram até o local retirar o girassol. O ambiente foi decorado com a cor da campanha, o amarelo, e a equipe da Gerência de Qualidade de Vida (Gevid) estava na entrada do prédio acolhendo as pessoas, inclusive, a servidora há mais de 24 anos da Justiça estadual, Iris Acácio, fez uma produção especial, estava vestida de girassol, e recebeu todos com animação.
Iris trabalha no agendamento das consultas no Centro Médico, mas dedica parte de seu tempo aos domingos para ir à sede do TJAC molhar as plantas da Horta Compartilha, um projeto que estimula práticas de sustentabilidade dentro da instituição. Para a servidora, procurada para sair nas fotos e selfs com servidores, servidoras e magistrados, é essencial trazer o sentimento de alegria, mas também cuidado e atenção com as pessoas que estão ao nosso redor.
“Eu gosto de valorizar o ser humano, eu gosto de acolher, eu gosto de estar do lado do servidor. Hoje é muito difícil a pessoa tirar um tempo para acolher o problema do seu irmão. Eu procuro fazer essas produções com a ajuda da equipe da Gerência de Qualidade de Vida e nós sempre pensamos em como vamos acolher o servidor para não ficar na mesmice, para o servidor quando chegar aqui ter um diferencial, porque o servidor que vem ao Centro Médico não vem passear, vem atrás de dentista, médico, psicólogo, do fisioterapeuta, está com algum problema. Então, tem que ter alguém acolhendo, que saiba sentir a dor do servidor”, falou Iris.
Mensagem do girassol
O girassol é uma flor ornamental com tonalidades amarela e laranja. A planta recebeu, no Brasil, esse nome por girar, seguindo o sol, ou seja, faz o que é chamado pela Botânica de heliotropismo. Além disso, é usada pela indústria alimentícia, na confecção de óleos e também é empregada como símbolo, para representar alegria e vivacidade. Então, resgatando esse ensinamento de buscar a luz, a iluminação e simbolizar a vida, a gestão administrativa do TJAC entrou as plantas, repassando essa mensagem para cada um.
“Essa é uma das forças do girassol, se abrir quando o sol surge. Com esse exemplo, espero que possamos cultivar nossas relações. Esse é um momento de reflexão de olhar para o outro e perguntar ‘Como você está hoje?’, ‘No que eu posso lhe ajudar hoje?’. Ninguém vive sozinho, todos nós precisamos um do outro e é isso que quero deixar marcado durante essa gestão, estamos sempre juntos. Se um está com dificuldade, todos estão com dificuldade, se estamos no melhor momento, todos vamos estar”, comentou a desembargadora-presidente do TJAC, Waldirene Cordeiro.
A gerente de Qualidade de Vida, servidora Milene Moura, apontou que no âmbito da Justiça estão sendo promovidas outras ações, como pregar corações com mensagens motivacionais pelo prédio do TJAC e a divulgação de informações sobre como prevenir o suicídio. Conforme Milene, a intenção é disseminar atitudes de prevenção com o gesto da entrega dos girassóis.
“O girassol tem uma simbologia muito forte. Ela significa de frente para luz, alegria, vivacidade e é essa mensagem que nós queremos transmitir. Nós sabemos que a depressão é uma doença e, infelizmente, muitas pessoas são afetadas e nós temos que ser compreensivos. Então, nós estamos divulgando essa simbologia do girassol e fazendo outras ações, como pregar os corações com mensagens pelo Tribunal de Justiça, para dar informações aos servidores e magistrados saberem o que fazer e quem podem procurar para ajuda e tratamento”, disse Milene.
Prestar atenção no outro
A psicóloga do Judiciário, Josineia Costa, alertou para o aumento de casos de depressão e suicídio entre jovens de 14 a 24 anos. Conforme a servidora é preciso prestar atenção no outro, nas pessoas com quem convivemos e divulgar informações, romper com preconceitos.
“A prevenção é sempre mediada por uma boa conversa, por entender quando os comportamentos começam a mudar. Pessoas que começam a falar menos, se isolam, a usar palavras que denotam ideação do suicídio, a automutilação são indícios. Algumas pessoas até julgam, dizendo que é só para chamar a atenção. Mas, existe um risco do suicídio, então, prevenir é um ato de conversar sem julgamento. A campanha do Setembro Amarelo está voltada para isso para compreensão, para observação, para o não julgamento”, explicou a psicóloga.
O médico que atende no Centro Médico do TJAC e colabora com as mobilizações do Judiciário, Fabrício Lemos, enfatizou que é preciso procurar tratamento para doenças psicossomáticas, aquelas causadas por problemas emocionais que afetam a saúde física do indivíduo. Segundo o profissional da saúde as campanhas informam as pessoas sobre esse caminho de cuidado.
“A campanha do Setembro Amarelo para prevenção das doenças psicossomáticas é muito importante porque alcança aquele paciente que muitas vezes está com depressão, ansiedade, transtorno de pânico, e esses pacientes, normalmente, não buscam o serviço de saúde para tratamento, porque ele está recluído, está fechado para o mundo em si mesmo. Então, fica complicado se não apresentarmos campanhas e motivarmos esse paciente a procurar ajuda”, esclareceu Lemos.
Mobilização e boas notícias
Aproveitando as notícias sobre a emenda parlamentar destinada ao Judiciário acreano e a articulação de parceria com Poder Executivo para modernizar o parque tecnológico, a presidente ainda visitou a Diretoria de Tecnologia da Informação (Ditec) após pegar seu girassol. A desembargadora passou de sala em sala deixando a mensagem do setembro amarelo, assim como, anunciando as notícias e atuação da presidência do TJAC para captar recursos e investir na modernização tecnológica da Justiça.
Afinal, como expôs a desembargadora Waldirene Cordeiro, a tecnologia é o coração do Poder Judiciário acreano e o momento da pandemia evidenciou ainda mais a necessidade de voltar o olhar da gestão para a tecnologia.