O desafio de implementar ações afirmativas para sanar preconceitos e práticas discriminatórias, que estão fixadas nas estruturas sociais e institucionais
As dirigentes da Associação das Mulheres Negras apresentaram suas demandas ao Comitê da Diversidade do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) nesta segunda-feira, dia 14. O diálogo entre o Poder Público e sociedade civil visa à formalização de parceria, com o intuito de garantir direitos, promover cidadania e fomentar ações educativas contra o racismo e violência doméstica.
A reunião ocorreu por videoconferência e na oportunidade a juíza-auxiliar da presidência Andrea Brito destacou a disponibilidade do tribunal e seu compromisso com as causas sociais, o qual por meio de coordenadorias e comitês tem dado visibilidade e articulado ações que impactem as diferentes realidades acreanas.
A Associação das Mulheres Negras surgiu em 2015 e possui núcleos organizados em todos os municípios do Acre. “Como sempre temos contatos diretos nas mobilizações, sabemos que em algumas regionais a situação está bem caótica. Muitas mulheres negras são analfabetas, estão desempregadas e por isso vivem na miséria. Para dar uma resposta a essa situação lastimável, decidimos buscar apoio do TJAC e assim fomos apresentadas ao Comitê da Diversidade e também às ações da Coordenadoria das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Projeto Cidadão”, disse Almerinda Cunha.
O Comitê da Diversidade é liderado pela desembargadora Regina Ferrari e tem a missão de promover inclusão e combater a práticas discriminatórias, dentre elas as geradas e consequentes do racismo estrutural. O comitê foi criado em 2020, por meio da Portaria n° 1206/2020, seguindo orientações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Também pretendemos desenvolver ações voltadas para sensibilização da sociedade e servidores do Judiciário. O Comitê da Diversidade deve avançar no diálogo com movimentos sociais, que já atuam nessas questões”, afirmou a juíza Zenice Cardozo, coordenadora pedagógica da Escola do Poder Judiciário.