Cerimônia foi conduzida pelo senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal; Maria da Penha Maia Fernandes, sobrevivente da violência contra as mulheres que inspirou a legislação brasileira, foi homenageada na sessão
A decana do Tribunal de Justiça do Acre e titular da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), desembargadora Eva Evangelista, foi agraciada, na manhã desta quarta-feira, 23, pelo Senado Federal, com a outorga do Diploma Bertha Lutz, conhecido também como Prêmio Bertha Lutz, que completa 20 anos de existência em 2022.
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Na 20ª edição de concessão da honraria, além da desembargadora Eva Evangelista, também a juíza de Direito Renata Gil Alcântara, primeira mulher a assumir a presidência da AMB e idealizadora da Campanha Sinal Vermelho; a primeira-dama Michelle Bolsonaro; além de outras 18 mulheres com destacada atuação em defesa dos direitos femininos, receberam o Prêmio.
A escolha das agraciadas é comumente realizada pelas senadoras da Bancada Feminina do Senado Federal. A decana da Corte de Justiça acreana foi indicada pela senadora Mailza Gomes, e participou da solenidade por meio de videoconferência.
“É com muita emoção que recebo esta premiação do Senado Federal. Ser incluída entre 21 mulheres de expressão que contribuem, com o seu trabalho, para os direitos das mulheres, o meu desejo é compartilhar essa homenagem com o Tribunal de Justiça. Desde 2017 atuo na coordenação das mulheres em situação de violência doméstica e familiar e pelas atividades que venho desempenhando aprendi, e compreendo cada vez mais, a dor instalada nas famílias provocada pela violência doméstica e familiar, que considero uma chaga social que têm colocado o Acre em 5º lugar no número de feminicídios no país”, disse Eva Evangelista.
A decana da Corte também fez questão de compartilhar a homenagem com as magistradas, magistrados, servidoras e servidores do Poder Judiciário do Acre, e também com os membros do Ministério Público Estadual, da Defensoria Pública e da advocacia acreana, que integram a Rede de Proteção.
“Quero também homenagear a mulher vítima da violência doméstica e familiar, que deve merecer cada dia mais a primeira acolhida para que ela seja respeitada e dignificada, e a ela conferido o devido acesso à Justiça”, frisou a desembargadora.
Homenagem a Maria da Penha
A farmacêutica brasileira Maria da Penha Maia Fernandes foi homenageada durante a sessão do Senado. Ela, que, ao lutar para que seu próprio agressor fosse condenado pela Justiça, inspirou juristas, legisladores e novas gerações de advogados e operadores do Direito, a lançar um novo olhar sobre a violência contra as mulheres, seja ela de qualquer natureza.
Maria da Penha parabenizou as agraciadas e as instigou, em memória de Bertha Lutz, cientista brasileira que dá nome ao prêmio e que lutou pelos direitos femininos no Brasil, a olhar para a premiação como uma forma de lembrar que a luta pelo fim da violência doméstica e familiar no país é contínua, diária e, sobretudo, necessária.
Agraciadas
Entre as agraciadas com o Prêmio Bertha Lutz 2021 estão a desembargadora do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) Ângela Salazar, a chefe Ruth Almeida, ex-merendeira, ex-quebradeira de côco, vencedora do Prêmio Dólmã 2021; Wilma de Faria, primeira deputada eleita do Estado do Rio Grande do Norte, primeira prefeita mulher de Natal e primeira governadora, por duas vezes eleita, do RN (in memoriam).
Na história do Diploma Bertha Lutz, três outras mulheres também já foram homenageadas enquanto representantes do Acre: Laélia de Alcântara (in memoriam), primeira senadora negra do país, Iolanda Fleming, primeira mulher a governar um Estado, e a ex-deputada Federal, Maria Lúcia Mello de Araújo.
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