Além dos atendimentos prestados às mulheres, a intervenção com os homens representa um aprimoramento das ações de prevenção à violência doméstica
O encontro do grupo reflexivo da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas (Vepma) do Tribunal de Justiça do Acre desta sexta-feira, dia 18, teve a conversa baseada em um curta-metragem premiado chamado “Vida Maria”: assista aqui!
A animação conta a história de uma menina de cinco anos de idade que se diverte aprendendo a escrever o seu nome, mas é obrigada pela mãe a abandonar os estudos e começar a cuidar dos afazeres domésticos.
Logo, várias mensagens podem ser apreendidas da obra cinematográfica. Os limites da educação, a pobreza, a cultura, mas também sobre como a mulher é retratada: com submissão e sem oportunidades.
Um dos participantes disse que “as mulheres serem só dona de casa é coisa de antigamente”. Outras questões sobre política, trabalho e família surgiram, ou seja, a partir do ponto de vista de como cada um percebe o mundo foram compartilhadas perspectivas diferentes sobre o papel da mulher.
No grupo reflexivo, não são tratados os processos que cada um responde e a metodologia é fundamentada no respeito a todas as vozes. A facilitadora Mirlene Taumaturgo enfatizou: “aqui não iremos tratar sobre fatos isolados dos processos. Nós estamos analisando questões da nossa sociedade, porque o grupo é um espaço de desconstrução e construção, a partir das vivências e do olhar que vocês trazem”.
É assim que cada encontro tem funcionado. A atividade da Vepma foi reorganizada em grupos de cinco participantes, que se reúnem via chamada de vídeo do WhatsApp, com duração de uma hora. Então, a Justiça Restaurativa se revela no diálogo. A metodologia possibilita aos participantes do círculo ouvirem outras opiniões, ter contato com materiais educativos e dedicar tempo para assimilar os ciclos da vida, tudo isso estimula a reflexão sobre as condutas e relacionamentos, bem como na prevenção contra a reincidência criminal.