Sessão realizada na quinta-feira, 23, foi marcada por homenagens e também muito trabalho, com vários julgamentos, sustentações orais e mais de cinco horas de duração
O julgamento de 25 processos, 15 sustentações orais e cinco horas, 27 minutos e 35 segundos de duração. Esses números podem ser um resumo da sessão da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) realizada na quinta-feira, 23, que também foi a ocasião que o desembargador Pedro Ranzi se despediu do órgão. No final deste mês, Ranzi recebe a aposentadoria, depois de completar os 75 anos de idade e 34 de carreira jurídica.
Mas, dados não são suficientes para traduzir o quanto o magistrado gaúcho, natural de Espumoso, interior do Rio Grande do Sul, contribuí para o Judiciário acreano e o Estado, pois foi secretário e prefeito em Cruzeiro do Sul, professor na Universidade Federal do Acre (Ufac) e é defensor da cultura, tanto da sua terra natal como a acreana. “Não tem como quantificar, são muitos anos, 34 anos de julgamentos”, disse o desembargador em entrevista realizada pela Gerência de Comunicação do TJAC (DIINS/GECOM), disponibilizada no Youtube.
O desembargador Pedro Ranzi, que preside a Câmara Criminal, iniciou a última sessão que participou como membro, prestando homenagens. Colegas de magistratura, Ministério Público, Defensoria, advogados e advogadas, servidores e servidoras foram lembrados por Ranzi, que agradeceu a todos na pessoa de seus dois colegas de Câmara, oferecendo placas de agradecimento a eles, desembargadores Samoel Evangelista e Denise Bonfim.
Contudo, como enfatizou Samoel Evangelista, “quem merece todas as homenagens é vossa excelência. Nessas últimas sessões, em Cruzeiro do Sul, no Tribunal, eu tenho dito o que tem sido essa convivência minha nos últimos 40 anos com o senhor. Convivência de muita harmonia de muito respeito e de aprendizado. Mas, quem merece todas as homenagens é vossa excelência”.
Evangelista ainda discorreu sobre a alegria de ter tido a oportunidade de conviver com Ranzi. “Meu sentimento é de alegria, porque ter convivido com o desembargador Pedro Ranzi nesses últimos 40 anos, seja ele como meu professor, seja com ele atuando como juiz e eu promotor de Justiça, seja como colega, isso tem sido um aprendizado muito grande e motivo de muita satisfação”.
A desembargadora Denise Bonfim, vizinha de porta do colega, no local de trabalho, agradeceu e disse o quanto vai sentir saudades de encontra-lo todo dia cedo. “Eu só quero agradecer a convivência, desde que entrei no Poder Judiciário em 1993, você só me ajudou esse tempo inteiro. Aprendi muito contigo, quando entramos, não sabemos de nada e você era o juiz da Vara de Tóxicos, Delitos e Trânsito, e você me ensinou muito. Nós nos socorríamos de ti e você sempre nos ajudou”.
O procurador de Justiça Sammy Lopes também reconheceu a conduta e postura do desembargador, usando versos do escritor Bertolt Brecht: “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas, há os que lutam toda a vida e esses são imprescindíveis”.
O membro do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) falou para Pedro Ranzi: “O senhor o imprescindível a todos nós. É um imprescindível ao Judiciário acreano, à Justiça acreana. É imprescindível ao Estado, dado a sua extensa folha de serviços prestados a esse Estado. Leve meu abraço pessoal e o reconhecimento institucional do Ministério Público. Você é um magistrado que é exemplo a todos os demais, que goza de integral respeito, carinho e dedicação do Ministério Público”.
Então, depois de uma longa manhã de trabalho, com vários julgamentos, sustentações orais, onde os advogados e advogadas também aproveitavam para prestar homenagens ao magistrado, Pedro Ranzi declarou encerrada a sessão da Câmara Criminal. Mas, utilizando as palavras ditas pelo desembargador Samoel Evangelista, o TJAC, diz para esse magistrado que tanto se dedicou ao serviço público “Boa sorte e estamos juntos sempre”