Formação segue até a sexta-feira, 8, e tem a participação de representantes das comarcas do interior e também de pessoas de órgãos ligados a assistência psicossocial e da educação
A Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud) iniciou nesta segunda-feira, 4, capacitação virtual para formação de facilitadores em processos circulares e círculos de paz do Programa Justiça Restaurativa. A capacitação, que atende a política judiciária do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) executada por meio do Núcleo de Justiça Restaurativa (Nujures), segue até a próxima sexta-feira, 8, com objetivo de ampliar os locais onde são executadas práticas dessa natureza.
Para tanto foram convidados servidores e servidoras das comarcas de Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Brasiléia, além de pessoas de outros órgãos e setores ligados a assistência psicossocial, participando da ação representantes da: Coordenadoria Municipal de Políticas para Mulheres de Tarauacá, Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Tarauacá, Unidade de Monitoramento Eletrônico de Preso e Central Integrada de Alternativas Penais do Instituto de Administração Penitenciária do Acre, Secretária Estadual de Educação, do Centro de Referência Especialidade para População em Situação de Rua (Centro Pop) e do Instituto Socioeducativo do Estado do Acre de Cruzeiro do Sul. Todos e todas profissionais que poderão atuar com esse modelo de resolução de conflitos.
A facilitadora da atividade educativa, que terá 45 horas/aula, foi a juíza de Direito Fausta Cajahyba, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA). A magistrada está cursando mestrado em Direito pela Universidade Federal da Bahia e foi capacitada pela Easter Menonitte University, nos Estados Unidades da América, para realização de processos circulares.
Nesse primeiro dia, o curso, mesmo tendo sido virtual, estimulou o diálogo entre os participantes, para que fosse compreendido as dinâmicas dos círculos. A juíza iniciou discorrendo sobre a origem indígena dos processos circulares, esclareceu como deve ser a preparação do ambiente para receber essas práticas restaurativas e explicou quais são os valores que devem guiar esse tipo de encontro.
Coração e orelhas grandes
A magistrada também explicou como deve ser preparado o ambiente para receber as pessoas nos círculos e falou sobre os símbolos que são importantes serem levados para os ambientes, como a girafa, usada para retratar a comunicação não-violenta. O animal é o mamífero terrestre que possui o maior coração, para bombear o sangue entre seu corpo comprido, com grandes orelhas, para ouvir bem e capacidade de enxergar longe, todas características que podem ser levadas para os círculos, comentou a magistrada.
Durante o encontro a juíza falou muito sobre compreensão para realizar os círculos. “Como uma pessoa que nunca recebeu gentiliza vai praticar algo que desconhece? Precisamos acolher e escutar as pessoas”, disse Fausta.