Direitos da mulher vítima de violência doméstica, ações de monitoramento da Patrulha Maria da Penha e saúde foram os ângulos abordados na roda de conversa realizada, na sexta-feira, 19, na Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud)
Símbolo da transformação, a borboleta foi usada para receber magistradas, servidoras e servidores que chegavam para participar do encerramento da 21ª Semana Justiça pela Paz em Casa, na sexta-feira, 19. Esparramadas no jardim frontal da Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud), as borboletas, feitas em papel lilás, tinham um pequeno adesivo grudado no meio, mas com um grande desejo “Agosto/lilás: um mês, uma cor, uma luta”, fazendo referência ao mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher e ainda transmitindo a mensagem de que é preciso transformar essa triste realidade no Acre.
Infelizmente, o estado é campeão na quantidade de feminicídio e por isso, ações como as Semana de Justiça Pela Paz em Casa são essenciais. Então, para concluir mais uma edição, realizada entre os dias 15 a 19, o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) por meio da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) promoveu junto com a Esjud a roda de conversa “Os desafios da construção da Paz em Casa”. Além disso, a Gerência de Qualidade de Vida (Gevid) e o Hospital do Amor ofereceram atendimentos na área de saúde.
Durante essa 21ª Semana Justiça pela Paz em Casa, o Judiciário acreano pautou 264 audiências e 9 júris de feminicídios, realizados nas seguintes comarcas: Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Feijó, Manoel Urbano, Porto Acre, Rio Branco, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri.
Prosseguir
No ato solene que marcou a conclusão da Semana, a desembargadora Eva Evangelista, coordenadora da Comsiv, agradeceu todos e todas que contribuem e dedicam-se com essa luta. Para a magistrada o compromisso de cada um, mesmo que com gestos pequenos é o que faz a diferença e pode mudar essa realidade.
“Agradeço todas e todos que vivem a causa do enfrentamento à violência doméstica. Saúdo todos que acreditam na possibilidade do atendimento as mulheres. Como é importante o olhar diferenciado do médico, dos enfermeiros, dos policiais, do psicólogo, de todos aqueles que compreendem o quanto a mulher é afetada por essa violência. Precisamos prosseguir na luta diária contra a violência”, comentou a decana da Corte da Justiça acreana.
A diretora da Esjud, desembargadora Regina Ferrari discorreu sobre a importância de estruturar paz dentro dos lares das famílias. “A paz é uma construção que começa dentro de nós. Não há como falarmos de paz para os outros, se nós não incluirmos a paz dentro de todos nós”, disse Ferrari.
Roda de conversa
A roda de conversa teve a participação da advogada Tatiana Karla Martins, diretora da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Acre (OAB/AC), da tenente-coronel Alexandra Rocha Ramos, coordenadora da Patrulha Maria da Penha e do médico Fabrício Lemos, com a mediação da juíza de Direito Maria Rosinete, presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Acre (Asmac).
Na manhã de conversa foram debatidos: os direitos das vítimas de violência doméstica; o monitoramento e apresentada as ações da Patrulha Maria da Pena; e abordados os impactos da saúde mental nas vítimas desses crimes.
Tanto as convidadas e o convidado, quanto a mediadora roda de conversa que encerrou a 21ª Semana da Justiça pela Paz em Casa falaram sobre os desafios enfrentados e a necessidade de mudarmos os preconceitos e estereótipos em relação as vítimas e autores de violência doméstica. Palavras que foram semeadas para que fortaleçam e contribuam com a transformação da cultura da violência em uma vida de paz, como desejou a desembargadora Eva Evangelista.