Os números apontam que no Acre, são aproximadamente 2,6 feminicídios por 100 mil mulheres, enquanto a taxa Brasil é 1,2, ou seja, o dobro.
A coordenadora Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário Acreano (Comsiv), desembargadora Eva Evangelista participou, nesta segunda-feira, 8, do lançamento da campanha “Quem Cala. Consente.”, na sede do Ministério Público Estadual (MPAC).
Compuseram o dispositivo de honra, a coordenadora Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário Acreano (Comsiv), desembargadora Eva Evangelista, o procurador-Geral do MPAC Danilo Lovisaro, o corregedor-Geral do MPAC, o procurador de Justiça Álvaro Luiz Araújo Pereira, a Coordenadora Geral do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), a Procuradora de Justiça Patrícia de Amorim Rêgo, o juiz de Direito Titular do 2º Juizado Especial Criminal da Comarca de Rio Branco, Gilberto Matos de Araújo, representantes do Governo Estadual e Municipal, de instituições de Proteção a Mulher, da Segurança Pública Estadual e Federal.
A decana da Corte acreana falou que a violência doméstica não é exclusiva das mulheres mas do coletivo social, e sobre a união de forças. “Não é apenas a causa da mulher, é a causa da família e tudo depende de um esforço conjunto de todas as instituições e do sistema de justiça. O ideal seria trabalhar com prevenção, que não se transforma em processo, porque no nosso país nós temos uma cultura extremamente adversarial, dessa mulher mulher que não precisaria procurar uma delegacia, mas teria o apoio das políticas públicas necessárias para que ela pudesse ser atendida em primeiro lugar”, finalizou a desembargadora.
O Estado do Acre lidera a listagem dos entes federativos com maior número de violência contra mulheres. Os números apontam que no Acre, são aproximadamente 2,6 feminicídios por 100 mil mulheres, enquanto a taxa Brasil é 1,2, ou seja, o dobro. O procurador-Geral da Justiça Danilo Lovisaro falou sobre a importância da campanha e de união. “É um momento de sensibilização. O lema da campanha ‘Quem Cala. Consente.’, óbvio que esse recado não é direcionada para vítima, e sim para sociedade, pra que a gente possa chamar a atenção e dizer que isso é um problema de todos nós. Então é um problema grave que nós temos que resolver e pra resolver isso, depende do esforço de toda a sociedade”, afirmou o chefe do MPAC.
A campanha é parte das atividades que compõem o Agosto Lilás, que é considerado o mês de proteção à mulher e visa conscientizar a população pelo fim da violência. Por meio da campanha “Quem cala consente”, o MPAC promove uma reflexão sobre a dura realidade de violência ainda enfrentada por muitas mulheres, sobretudo, no estado do Acre que há quatro anos figura no topo do ranking nacional do feminicídio, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O Agosto Lilás faz alusão ao dia 7 de agosto, data em que a Lei Maria da Penha completa 16 anos. Escolhido em 1960, o lilás representa a cor do feminismo. Na seara de proteção de direitos e de combate à violência contra a mulher, o MPAC atua com um forte arranjo institucional, composto por órgãos de atuação finalística e auxiliares.