Ação desenvolvida pela Faculdade ITPAC de Cruzeiro do Sul também integra programação pelos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, do Judiciário acreano
Entendendo que a educação é o mais importante vetor para a transformação, o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), participou da mesa redonda “A Rede de Proteção à Mulher de Cruzeiro do Sul – política de atendimento à saúde da mulher vítima de violência doméstica e familiar”, realizada pela faculdade ITPAC, em Cruzeiro do Sul, nesta segunda-feira, 28.
Voltada aos alunos do curso de medicina, a atividade abordou a problemática, dialogando sobre a importância dos profissionais da área quanto ao discernimento que devem ter acerca do funcionamento da Rede de Proteção as Mulheres e como ela pode contribuir com uma mulher vítima de violência.
Representando o Judiciário do Acre, a desembargadora Eva Evangelista, que atua à frente da Comsiv, explicou sobre a Rede de Proteção a Mulher, e falou também das ações desenvolvidas pelo Tribunal de Justiça do Acre no enfrentamento a esse tipo de violência.
Uma das iniciativas apresentadas foi o trabalho nas ações nas escolas de ensino fundamental e médio, inclusive, realizadas durante a 22ª Semana Justiça pela Paz em Casa (21 a 29 de novembro), que também é voltada paro o mutirão de julgamento de processos de casos de violência contra a mulher.
Outra iniciativa apresentada foi a atuação dos Grupos Reflexivos Homem em Transformação, que representa um olhar diferenciado que o Poder Judiciário confere a uma das formas de atuação no enfrentamento e combate à violência doméstica e familiar contra mulher, visando à diminuição do índice de reincidência. A ação realizada pelo Poder Judiciário do Acre está alinhada com o programa Justiça Restaurativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Somos um país patriarcal, muitos direitos das mulheres são recentes. Temos algumas leis, mas o grande problema é a mudança de mentalidade para conquistarmos o respeito e a igualdade, respeitando as diferenças. Precisamos que os homens abracem essa causa, que se comprometam para conquistarmos a mudança necessária”, ressaltou a desembargadora.
Eva Evangelista também falou da importância dos futuros médicos presentes na mesa redonda, terem um olhar diferenciado para os pacientes, buscando cada vez mais o atendimento humanizado, para que os vejam de fato e percebam a ajuda que necessitam.
A professora da disciplina Comunidades, do curso de medicina, Emanuele Farias, responsável pela atividade, agradeceu a participação do Tribunal de Justiça do Acre e falou da importância da ação para a formação dos estudantes.
“É importante que os alunos de medicina recebam essas informações que certamente contribuirão na atuação profissional diante de uma realidade que é difícil e estarrecedora para muitas mulheres. Com ações assim, mostramos a esses alunos que o médico tem um papel extremamente importante enquanto receber essa mulher no âmbito hospitalar, como atendê-la, e que ajuda ela pode buscar. Ficamos muito felizes com essa oportunidade”
É de grande importância trazer essas informações em uma roda de conversa, tanto na área da justiça quanto da saúde, mostrando não só como é essa realidade, mas o papel das instituições e funcionamento da Rede de Proteção diante dela. Com toda certeza isso vai contribuir muito com nossa formação e atuação futura”, disse o estudante de medicina, André Smaylle.
Além do Tribunal de Justiça do Acre, que teve a participação também da secretaria de Projetos Sociais do Poder Judiciário, Regiane Verçosa, participaram também da mesa redonda, a primeira-dama do município de Cruzeiro do Sul, Lurdinha Lima, a coordenadora de Políticas para as Mulheres do município, Sergiane Silva, e a presidente do Conselho Municipal de Políticas para Mulheres de Cruzeiro do Sul, Samma Marissa.