Liderança feminina: tenente-coronel assume segurança institucional do Poder Judiciário do Acre

A representatividade feminina reafirma o poder simbólico de conferir equidade nas instituições públicas

A tenente-coronel Alexsandra Rocha assumiu a Assessoria Militar (Asmil) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) neste biênio 2023-2025. Essa é a primeira vez que uma mulher é nomeada para a direção do órgão de segurança institucional do Poder Judiciário do Acre.

“Essa é uma experiência nova na minha carreira, um desafio diferente de tudo o que já vivi. Minha expectativa é poder contribuir com o tribunal e melhorar cada vez mais o serviço”, afirmou a chefe da Asmil.

A Assessoria Militar é o órgão responsável pela segurança institucional do Poder Judiciário e o cumprimento de sua missão alcança o andamento de todos os objetivos estratégicos definidos para o tribunal, além da observação da função finalística, com o trabalho operacional de guarda, escoltas, manutenção de sistemas e segurança das instalações.

 

 

Carreira militar

A carreira militar era um sonho pessoal da Alexsandra, que antes lecionava como professora de geografia na rede pública de ensino: “o concurso da Polícia Militar era um que sempre tive vontade, aí eu foquei para passar nesse de oficial”. A aprovação veio no ano de 2005.

Iniciou como tenente e diante do dinamismo natural da corporação ascendeu a várias funções no 1º  Batalhão, a Diretoria Operacional, Comando de Policiamento Operacional da Capital, Comando de Policiamento Operacional do interior, Batalhão de Trânsito, o cargo de oficial Ajudante de Ordem do Comandante-Geral e o último foi o comando da Patrulha Maria da Penha.

Aos 44 anos de idade e 18 anos de Polícia Militar, ela avalia sua trajetória pessoal: “eu sou filha de seringueiro e posso dizer que eu experimentei a igualdade de gênero desde a minha criação, somos quatro irmãos e três irmãs e tanto o trabalho, como as brincadeiras em casa sempre foram iguais para todos. O que eu fazia, meus irmãos faziam, assim como todos jogávamos bola juntos e assim por diante. Eu cresci sem me sentir diminuída a ocupar espaços de homens e realmente a Polícia era algo que eu me identifico e queria para a minha vida”.

Nessa nova fase, decidiu também pela sua segunda formação, cursando assim a faculdade de Direito na Unidade Federal do Acre (UFAC) e sendo aprovada no exame da Ordem dos Advogados Seccional Acre (OAB/AC).

 

Patrulha Maria da Penha

A tenente-coronel ganhou grande destaque em sua carreira militar pelo Comando da Patrulha Maria da Penha. A Patrulha Maria da Penha foi lançada pelo governo do Acre em 2019, sancionada pela Lei n° 3.473.

Desde a concepção e fundação da Patrulha Maria da Penha a tenente-coronel estava à frente da iniciativa, o que culminou no recebimento do Selo Nacional de Práticas Inovadoras pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2022, pela relevância desse trabalho itinerante de enfrentamento à violência doméstica e familiar.

 

“Desde quando recebi a capacitação sobre a igualdade de gênero, aquilo me transformou. Meu olhar para as pessoas e situações se tornou diferente. Então quando escrevi o projeto eu sabia que se tratava de uma causa muito relevante, porque realmente contribui para a melhoria da realidade do nosso Acre”, enfatizou.

A missão da Patrulha é fiscalizar o cumprimento das medidas protetivas e assim combater a reincidência criminal, “na verdade é um trabalho que evita feminicídios, que mais mulheres sejam mortas e ciclos de violência se repitam”, afirma.

Inclusive, a Patrulha Maria da Penha integra a Rede Proteção da Mulher e sempre colabora em ações do Projeto Cidadão. “As viaturas são especialmente caracterizadas, o braçal da farda é rosa e tem um ônibus para atendimentos na comunidade, assim os agentes desenvolvem um contato aproximado com o público, implementando campanhas educativas em locais estratégicos, que tinham mais ocorrências na cidade”, contou.

Portanto, plenamente capacitada para o exercício da atual função na Asmil, a escolha da tenente-coronel partiu também de uma mulher. O TJAC está em sua sétima gestão administrativa feminina com a desembargadora Regina Ferrari, que assim como as demais chegaram ao auge da carreira por merecimento. Considerando a presença expressiva de mulheres na instituição, a ocupação de postos de trabalho diretivos também simboliza a maior promoção da equidade. Com efeito, as chefias foram reconfiguradas, confirmando uma equipe com maioria de mulheres para as diretorias.

 

Miriane Teles | Comunicação TJAC

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