A diferenciação ideológica e o aumento da consciência são diretamente proporcionais à firmeza e à convicção da orientação para a equidade e justiça social
“Sinto que estou fazendo um bom serviço. O que faço, funciona! Eu consigo dar conta da demanda”, sintetiza com orgulho a efetividade do seu serviço, são as palavras da supervisora administrativa da Diretoria Regional do Vale do Acre (DRVAC), Patrícia Lopes. Ela é mãe de três filhos, gestora de recursos humanos e servidora do Poder Judiciário há 17 anos.
Desse período, dedicou a maior parte do tempo ao cuidado de contratos na Diretoria de Gestão de Pessoas (Dipes), mas nessa gestão continuou o desafio diário de coordenar o trabalho de uma equipe de 19 terceirizados, em atividades que fogem da rotina burocrática, com demandas de carregamento, manejo de mobiliário e plantas. Para ela, o dia da Mulher é comemorado com o sentimento de dever cumprido.
O quadro funcional do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) é composto em 49,11% de pessoas do sexo feminino. A composição da magistratura de 1º e 2º grau também tem em sua maioria os homens.
Essa disparidade entre os gêneros é ainda maior em algumas diretorias, como é o caso da Diretoria de Tecnologia e Comunicação (Ditec), composta por 36 servidores, dos quais apenas seis são mulheres, contando com a própria diretora, Raquel Cunha.
A diretora é formada em Direito e possui pós-graduação na área da tecnologia. “Antes da carreira jurídica, eu tive 15 anos de experiência com sistemas”, conta. Mesmo sendo plenamente capacitada para a função que ocupa, Raquel compartilha que após assumir a nova função se engajou a aprender mais, por isso está participando de um curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, assim pretende permanecer atualizada para contribuir com o aprimoramento da unidade.
“Culturalmente há uma categorização das profissões, por isso é comum acharem que a Tecnologia da Informação é para homens”, comentou a diretora. Essa reflexão está em consonância com o crítica tecida pela escritora nigeriana Chimamanda Adichie, que em seu livro “Sejamos todos feministas” falou sobre a divisão sexual do trabalho:
Os seres humanos viviam num mundo onde a força física era o atributo mais importante para a sobrevivência; quanto mais forte a pessoa, mais chances ela tinha de liderar. E os homens, de uma maneira geral, são fisicamente mais fortes. Hoje, vivemos num mundo completamente diferente. A pessoa mais qualificada para liderar não é a pessoa fisicamente mais forte. É a mais inteligente, a mais culta, a mais criativa, a mais inovadora. E não existem hormônios para esses atributos
Adichie, Chimamanda.
Na atual gestão administrativa do Tribunal de Justiça do Acre há uma liderança feminina na presidência, que escolheu ter uma maioria de mulheres nas diretorias. Pela primeira vez também que uma mulher é nomeada para a direção do órgão de segurança institucional do Poder Judiciário do Acre, a Assessoria Militar (Asmil). Saiba mais.
A desembargadora Regina Ferrari é a sétima mulher a ocupar essa posição na Corte Acreana e desde sua posse uniu a sua tenacidade pessoal ao propósito de alinhar a Justiça estadual aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, empreendendo a Justiça da Paz.
Em 2023, o Dia da Mulher está sendo comemorado com ativismo e garantia de direitos: está em andamento a 23ª Semana da Justiça pela Paz em Casa, desenvolvendo mutirões de audiências de processos de violência doméstica em todo o estado e, além dele, o TJAC realizará uma ação social inédita, Mulher Cidadã – Para Todas as Mulheres, no dia 9.
“O Judiciário tem um papel fundamental na promoção da igualdade de gênero e na garantia dos direitos das mulheres. Temos o compromisso de garantir que todas as mulheres tenham acesso à Justiça”, disse a desembargadora-presidente.
Mais do que se reunir com as servidoras, a presidente propôs a união em prol de outras mulheres, para que juntos, servidoras e servidores, bem como a sociedade acreana ganhe com a empatia e solidariedade.