A ideia é que a partir da oficina, possa viabilizar e intensificar a produção de itens até o mês de dezembro, e fazer uma feira de exposição para a venda dos artesanatos.
“Desembargadora, eu gostaria de agradecer em nome de todas as reclusas, pela oportunidade que a senhora está dando”. Assim, uma reeducanda se manifestou espontaneamente, logo no início das aulas para Oficina de Fuxico, nesta segunda-feira, 24, na Unidade de Regime Fechado Feminina de Rio Branco (URFF), do presídio Francisco de Oliveira Conde.
A abertura foi prestigiada pela presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari, juntamente com a coordenadora Estadual de Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), desembargadora Eva Evangelista, além da secretária de Projetos Sociais do TJAC Regiane Verçoza, o diretor de Planejamento do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) Nelson Sales, a diretora da URFF Maria Dalvani de Azevedo, além de servidores(as) do Instituto Federal do Acre (Ifac), instituição parceira que ministrará a oficina.
A presidente TJAC, desembargadora Regina Ferrari, falou diretamente para as reeducandas sobre o significado e importância de recomeçar. “É sempre possível fazer um novo começo. Esse novo começo é o dia que vocês colocarão os pés fora do ambiente prisional. Só que esse novo começo bonito e luminoso, pra que ele aconteça é preciso que vocês iniciem hoje e agora dentro do coração de vocês. Esse novo começo tem que ser preparado aqui dentro, é com essas oficinas e terapias, que o desejo para uma nova vida, uma vida honesta, para que vocês não caiam nas armadilhas da vida em situações ilícitas. Com essas nova habilidades que aprenderão, vocês possam refletir para uma nova vida”, finalizou.
A coordenadora da Comsiv, desembargadora Eva Evangelista também falou para as reeducandas e deu um recado incentivador para elas sobre confiança e novas perspectivas. “Não percam jamais a fé e a esperança. Hoje, eu estava pensando sobre a questão do tempo e o tempo que vocês disponibilizam, o tempo que está com vocês, quero dizer que aproveitem esse tempo para direcionar para algo produtivo. Hoje começa com essa oficina de fuxico, então vamos direcionar nossa energia boa para fazer frutificar ou produzir, vamos florescer. Vamos colocar em vossos corações o desejo que sairão daqui para uma sociedade que irão acolhe-las através do trabalho. Não existe outra forma de acolhimento senão por meio trabalho. Somente pelo trabalho que a ressocialização poderá ser feita. O poder público ainda está muito a dever a questão do trabalho nos presídios e é preciso incrementar cada vez mais isso. Então, repito, não percam jamais a fé e a esperança, porque isso que importa para que vocês se mantenham vivas, a fé e a esperança reúne a essência do ser humano” finalizou a decana.
A diretora da URFF Maria Dalvani de Azevedo explicou que a ideia, a partir da oficina, possa viabilizar e intensificar a produção de itens até o mês de dezembro, e fazer uma feira de exposição para a venda dos artesanatos. A responsável falou ainda sobre a importância da combinação de forças para que projetos dessa natureza consigam ser executados. “Mesmo com todas as dificuldades para a execução de projetos, mas essa oficina é fruto da união de instituições, de pessoas e de corações”, finalizou.
O Projeto da Oficina Arte do Fuxico é organizado pela Coordenadora de Arte, Cultura e Cidadania da Pró-reitoria de Extensão do Ifac, Mariete Buriti de Souza. A oficina possui carga horária de 60 horas/aula e serão ofertadas 60 vagas para mulheres, e por uma questão de segurança, a princípio serão atendidas 20, sendo 10 de cada pavilhão, e após as aulas, essas 20 participantes replicarão a oficina para as demais 40 mulheres dos seus respectivos pavilhões. Assim, a partir de multiplicadoras alcance mais de 200 reeducandas.