Evento foi realizado na Escola Estadual Paulo Freire com a presença de centenas de pais, mães, filhas e filhos alunos da IES; papel dos responsáveis no processo de educação de crianças e adolescentes foi um dos destaques da atividade
A 2ª Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Rio Branco, por meio do Núcleo de Assistência Técnica (NAT), realizou nesta quinta-feira, 4, na Escola Estadual Paulo Freire, localizada no bairro Belo Jardim II, uma edição especial do Programa “Eca na Comunidade – Direitos e Deveres”.
Durante a ação, a pedagoga do NAT Alessandra Pinheiro conversou com centenas de pais, mães, filhas e filhos alunos da Instituição de Ensino (IES) sobre diversos aspectos das relações familiares e do acompanhamento dos estudantes e de suas atividades escolares.
A profissional destacou, entre vários outros pontos, a responsabilidade das famílias no processo educacional dos alunos, que – quando não assumida de forma consciente e comprometida – pode resultar em sérios problemas educacionais e até mesmo no desenvolvimento normal dos estudantes, uma vez que muitos tutores acreditam erroneamente que essa é uma função da escola.
A pedagoga do NAT também falou da inafastabilidade das ligações entre pais e filhos, buscando conscientizar famílias que vivenciam problemas nas relações quanto às consequências negativas do distanciamento, o que invariavelmente termina por colocar crianças e adolescentes em situação de maior vulnerabilidade social com repercussões em todo núcleo familiar.
“Esse projeto tem como objetivo ir à comunidade escolar, dar orientação aos pais, aos alunos, aos professores, aos demais responsáveis sobre tudo que envolve a infância e a juventude. A principal função, a principal responsabilidade em educar, cuidar, proteger, estabelecer regras, limites é dos pais. A escola complementa a educação que os pais iniciam no processo de escolarização, a escola vai ajudar a família a fazer com que a criança aprenda e desenvolva aquilo que ela vai precisar pra ser um cidadão, uma cidadã de bem, emocionalmente, fisicamente, socialmente saudável”, explicou Alessandra Pinheiro.
O professor da IES João de Souza Prado considerou de fundamental importância a parceria com poderes, instituições e órgãos públicos para a realização de mais palestras e atividades educacionais nas escolas.
“Nossos alunos são muito carentes de atividades assim e nós estamos vindo de uma pandemia e a gente vê muitos deles com depressão, com problemas psicológicos. Na minha opinião, isso deveria acontecer mais vezes, constantemente, porque nossos jovens são muito vulneráveis”, ressaltou o profissional.
Francisca Aline, 28, é mãe de quatro filhos, entre eles o pequeno Daniel, de 12 anos. Ela diz que os ensinamentos aprendidos na palestra serão de grande utilidade para muitos dos pais e mães que estiveram presentes, que, às vezes, por falta de informação, deixam de observar seus deveres.
“Eu achei muito bom, porque o mundo hoje em dia como tá, né? Onde eu moro eu vejo muitas crianças sozinhas na rua, sem os pais, brincando, mas às vezes brigando, né? Então isso é bom porque elas aprendem mais os direitos, mas também os deveres que elas têm”, disse.
Sobre o projeto
O ‘Eca na Comunidade’ tem como público alvo alunos do 6º e 9º anos das escolas públicas e particulares da capital, além de professores, coordenadores, gestores escolares e equipes de apoio das atuais IES parceiras do projeto.
O programa é executado pelo Núcleo de Apoio Técnico da 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Rio Branco, sob coordenação do juiz titular da unidade judiciária, José Wagner.
Principais objetivos do projeto:
Orientar e esclarecer a comunidade escolar acerca dos procedimentos a serem adotados nas situações de violação de direitos de criança e adolescente focalizando e resolvendo os problemas na sua origem, diminuindo a demanda de processos afetos ao assunto no judiciário;
Realizar um trabalho de orientação e prevenção sobre violência na escola, bullying, abuso sexual contra criança e adolescente e outros temas de interesse da comunidade escolar solicitado, previamente, por meio de ofício;
Sensibilizar os pais acerca da importância da parceria escola e família e da necessidade de acompanhar a vida escolar dos filhos;
Esclarecer para os adolescentes que o exercício da cidadania está fundamentado não apenas na garantia de seus direitos, mas também no cumprimento de seus deveres.
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