TJAC faz reunião de alinhamento para implantar projeto Justiça Restaurativa nas escolas públicas

Representantes de seis escolas da rede pública, indicadas pela Secretária de Estado de Educação vieram ao Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) nesta segunda-feira, 26, para conhecerem o projeto “Educar para Transformar”

“Olhar para o passado deve ser apenas um meio de entender claramente o que e quem eles são, para que se possam construir mais sabiamente o futuro”, escreveu o educador brasileiro Paulo Freire. Seguindo essa lição, de construir um futuro melhor a partir de todos os contextos atuais, o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), por meio do Núcleo Permanente de Justiça Restaurativa (Nujures), dialogou nesta segunda-feira, 26, com seis escolas públicas de Rio Branco para poder implantar núcleos de promoção de práticas restaurativas nas unidades de ensino.

 

A proposta é levar o projeto “Educar para Transformar” do Nujures para nove escolas. A princípio será ofertada capacitação de agentes indicados pelas unidades escolares, para desenvolver técnicas de Justiça Restaurativa (JR) diante de conflitos e, também, como instrumento metodológico para cultivar a paz nos ambientes de ensino e a prevenção de atos de violências e problemas, tanto entre discentes, docentes e corpo técnico de gestores.

Durante a abertura do encontro, a presidente do TJAC, desembargadora Regina Ferrari agradeceu o envolvimento de todos e chamou as pessoas a se comprometerem com essa maneira de promover justiça que visa reestruturar, e quando, possível reestabelecer laços. “Que todos passamos estar abertos, atentos a essa nova prática de Justiça Restaurativa, que como o próprio nome diz é restaurativa, para que todos aprendam valores fundamentais e a mediar conflitos. Essas são ferramentas maravilhosas, onde a alteridade, o respeito ao outro é cultivado para que seja promovido a paz social”.

A desembargadora Waldirene Cordeiro, supervisora do núcleo, esclareceu as dúvidas e conversou com os representantes das escolas, indicadas pela Secretária de Estado de Educação (SEE). A magistrada explicou sobre as vantagens das práticas restaurativas “É um novo olhar. O Judiciário tem que punir? Sim. Mas, o sistema que está aí não está resolvendo, não adianta só depositar as pessoas entre quatro paredes. A superpopulação carcerária é uma realidade. Por isso, é preciso restaurar. Ter esse olhar diferenciado com o agressor e a vítima. As práticas restaurativas auxiliam, nas escolas, na prevenção e redução dos índices de violência”.

A chefe da Divisão de Segurança Escolar da SEE, Mirla Oliveira, ressaltou a importância de ações dessa natureza. “Esse projeto é superimportante, porque com todo esse cenário de violência que temos identificado nas escolas, estamos trabalhando com ações emergenciais e esse projeto, a Justiça Restaurativa, identificando a realidade de cada escola e trabalhando com ações preventivas é importante”.

Além dos gestores, gestoras das seis escolas presentes, também participaram do encontro a juíza de Direito, Andréa Brito, coordenadora do Nujures, a servidora Mirlene Thaumaturgo e o servidor Fredson Pinheiro, formadores da Justiça Restaurativa, no âmbito do Judiciário acreano.

Ano pela Justiça Restaurativa na Educação

Com a Resolução n.°458/2022 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi inserido dentro de outra regulamentação (n.°225/2016) a necessidade de implantar a política nacional judiciária de Justiça Restaurativa dentro dos ambientes escolares.

Dessa forma, para esse ano foi fixado que seria o ano da JR na Educação, como forma de atender tratados internacionais e nacionais sobre direitos das crianças e adolescentes, assim como, atuar de forma mais efetiva no enfrentamento aos conflitos e atos de violência, dentro das unidades escolares, por conta de ser espaço privilegiado de convivência e desenvolvimento.

Emanuelly Falqueto / Fotos Elisson Magalhães | Comunicação TJAC

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