A reflexão sobre o trabalho é uma das ferramentas para o alinhamento, promoção de engajamento e sucesso das metas
O plenário do Tribunal Pleno estava completo nesta terça-feira, 11. As desembargadoras e desembargadores não se encontravam em seus locais de hábito, também estavam assentados na plateia. Além dos telões nas paredes, havia outros três grandes televisores ao centro, esses exibiam outras dezenas de expectadores conectados por videoconferência. Em alguns instantes, ao iniciar a palestra “União e Compromisso: como bem servir ao ideal de Justiça” mais uma centena de pessoas se somaram para assistirem Samer Agi ao vivo.
Abruptamente, ele iniciou falando de Fernando Pessoa. Destacou que o escritor português tinha heterônimos. Ricardo Reis, Álvaro Campos, Alberto Caeiro foram alguns dos que foram criados e tiveram notoriedade. O palestrante também é autor, além de ter sido juiz e delegado, deste modo fundamentado em seu olhar multidisciplinar, comparou que o sucesso decorre de dar vida às performances.
Direcionou a primeira provocação: “a pergunta que vocês devem se fazer é – eu sou uma pessoa empática? Eu falo e ouço (ou não?) Como você se classifica?”. Falar de empatia não é retórico quando se trata de um trabalho feito em larga escala. Com o grande volume de processos, a atenção à destinos dos cidadãos pode ocorrer de forma automática entre as páginas e telas, por isso é preciso relembrar a razão de existir e a empatia no exercício da jurisdição, bem como da gestão e atividades administrativas.
Às vezes afirmações que parecem óbvias resultam em grandes revelações. Sobre a atuação, ele arrematou que “as pessoas não procuram o Tribunal só para a resolução de algo, senão seria o ‘Tribunal da Resolução’ e não o ‘Tribunal de Justiça’. A justiça só vem quando se coloca no lugar do outro”.
A segunda pergunta erguida no discurso foi sobre o clima organizacional: “você acha que se as pessoas que trabalham com você escolheriam trabalhar com você?”. A ênfase foi destinada ao clima organizacional, elemento responsável pela definição da qualidade do serviço prestado. A autoavaliação propôs reflexões acerca de limites, competência, comprometimento, contemplando ainda a liderança, companheirismo e inspiração. “Você é a razão das pessoas acreditarem na Justiça ou perderem a crença?”, questionou.
No chat, subiam emojis de aplausos. Cada vez que uma afirmação se confrontava com uma realidade, novas sinapses eram geradas com expectativas voltadas para a realização de propósitos. A servidora Sara Vasconcelos confirmou “registros bem pontuais e necessários”. No presencial não era diferente, cada sorriso confirmava ponderações pessoais. O feedback foi instantaneamente positivo.
O terceiro elemento apresentado foi uma ferramenta: a criatividade circunstancial, isto é, uma criatividade voltada para aquilo que se tem em mãos em um momento específico. Desse modo, o conteúdo alcançou um dos propósitos do 2º Encontro de Gestão Participativa ao tratar da resiliência no desempenho das metas.
A presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargadora Regina Ferrari, agradeceu a palestra e informou que todos os participantes inscritos na formação pela Escola do Poder Judiciário serão certificados. “Que nossa força e união sejam utilizados para perseguir o nosso melhor. Aquilo que podemos entregar com nossas mãos, coração e inteligência”, encerrou.