Administração do TJAC prestigia posse do ministro Campbell Marques no cargo de corregedor nacional de Justiça

Posse ocorreu no Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); Campbell Marques em seu discurso saúda magistradas e magistrados destacando a atuação da desembargadora Eva Evangelista em seus 49 anos de dedicação à magistratura

A presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari, juntamente com o corregedor-geral da Justiça, desembargador Samoel Evangelista e a desembargadora Eva Evangelista, participaram nesta terça-feira, 3, em Brasília, da posse do ministro Campbell Marques no cargo de corregedor nacional de Justiça. O evento ocorreu no Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Campbell Marques substituiu o ministro Luis Felipe Salomão.

A Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do CNJ, atua como um gestor administrativo do Poder Judiciário cujo objetivo é aperfeiçoar o trabalho do judiciário, principalmente no que diz respeito ao controle e à transparência administrativa e processual.

Além da desembargadora-presidente do TJAC, Regina Ferrari, prestigiou o evento o corregedor-geral da Justiça, desembargador Samoel Evangelista, a decana da Corte Acreana, desembargadora Eva Evangelista, presidentes e corregedores de vários tribunais estaduais, ministros de tribunais superiores, ministros do governo federal e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Em nome do Tribunal de Justiça do Acre, gostaria de parabenizar o ministro Campbell pela sua posse como Corregedor Nacional de Justiça. Esse novo desafio é uma grande responsabilidade, e tenho plena confiança de que ele desempenhará suas funções com a mesma excelência que marcaram sua trajetória até aqui. Quero também destacar e expressar nossa gratidão pela singela e merecida homenagem à desembargadora Eva Evangelista. Sua trajetória, com 49 anos dedicados à magistratura é um exemplo brilhante de compromisso e justiça. Ela tem sido uma luz de esperança e equidade, especialmente nas regiões mais remotas e desafiadoras da nossa Amazônia. A homenagem recebida é um justo reconhecimento de seu incansável trabalho e dedicação”, disse Ferrari.

O corregedor-geral da Justiça, desembargador Samoel Evangelista, também manifestou suas felicitações ao ministro. “Saúdo com grande satisfação a posse do ministro Campbell Marques. Sua missão de contribuir para o fortalecimento do Judiciário é essencial para garantir a integridade e a eficácia da nossa justiça.”

“Agora Campbell Marques será o corregedor nacional de Justiça num país que tem 18 mil juízes. É a instituição de maior capilaridade no Brasil. Nós estamos presentes em praticamente todos os municípios brasileiros procurando levar a presença do Estado, procurando levar a Justiça. Temos 275 mil servidores e milhares de notários registradores e todos estarão sob a supervisão das mãos firmes e serenas do ministro Campbell Marques. O Brasil, para bem e para mal, é recordista mundial de processos judiciários. Nós temos 83.800 milhões de processos. Vivemos uma epidemia de judicialização, não por acaso, um dos esforços que temos feito, a partir do CNJ, é precisamente a desjudicialização da vida e um certo esforço de busca na consensualidade de uma maneira geral”, disse o presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso.

Em seu discurso, o ministro Campbell destacou a importância da preservação ambiental, especialmente da Amazônia, e incentivou priorizar julgamentos que tratem de preservação ambiental. Ao saudar os presentes, ele prestou uma singela homenagem à desembargadora Eva Evangelista, destacando seus 49 anos de dedicação à magistratura desde que iniciou sua missão de prestar jurisdição.

Discurso

“Saúdo todas as juízas e todos os juízes brasileiros, mulheres e homens que são exemplos para o mundo do quão singular é o papel que exercem em um país ainda socialmente desigual, que requer o empenho e denodo de todas e todos, para que políticas públicas inclusivas e perenes ajustem a mentalidade, especialmente de nossas elites, no desiderato de vislumbrar o império da igualdade e fraternidade. Grifo essa saudação na pessoa de uma mulher, acreana que é, que há 49 anos, após ser aprovada em concurso público de ingresso na magistratura, começou sua missão de prestar jurisdição nos moldes amazônicos, grandiosamente amazônicos. Vivendo e convivendo com meus conterrâneos em Sena Madureira, no Acre, e por tantos outros beiradões daqueles rincões, levando esperança e luz de justiça e igualdade. E há 40 anos é desembargadora do Tribunal de Justiça dos Acreanos, a mais antiga juíza de Direito em exercício nesse país, Eva Evangelista de Araújo Souza”, disse o ministro.


A desembargadora Eva expressou gratidão pelas falas do empossado. “As generosas palavras do Senhor Ministro Mauro Campbell, dirigidas a uma densa plateia composta por representantes dos Poderes da Nação, magistradas e magistrados dos Tribunais Superiores, dos Tribunais de Justiça, dos Federais, do Distrito Federal e Territórios, do Trabalho, Militar, de Contas, do Ministério Público, da Defensoria Pública, e da OAB, sobressaem pelo reconhecimento e valorização das magistradas e magistrados da Amazônia. Sinto-me deveras honrada e agradeço a Deus por essa homenagem, que compartilho com o meu Tribunal de Justiça, com suas juízas e seus juízes de primeiro e segundo graus, com os servidores, minha família, e com os jurisdicionados que inspiraram e acreditaram no trabalho de uma juíza de 25 anos de idade, filha de migrantes nordestinos da década de 1940, participando da construção coletiva dos atores do sistema de justiça.”

A decana da Corte acreana também desejou sucesso ao ministro em seu novo desafio. “Rogo a Deus sucesso ao Senhor Ministro Mauro Campbell em sua nova jornada na Corregedoria Nacional do Conselho Nacional de Justiça, confiante de que sua atuação e liderança contribuirão de forma significativa para a humanização da Justiça em nosso país, com a presença física de juízes e juízas nos locais mais distantes das sedes das Comarcas, em diálogo permanente com a população vulnerável — nas cidades, comunidades ribeirinhas, trabalhadores rurais, seringais, indígenas, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, população em situação de rua, e tantas outras — utilizando formas adequadas de solução de conflitos pela conciliação e mediação”, ressaltou a desembargadora.

Amazônia

Diante do cenário de incêndios florestais que atingem o país, sobretudo a Amazônia, Campbell conclamou magistradas, magistrados e instituições a serem parceiros, “abastecendo com informações sobre os eventuais gargalos judiciais onde houver dificuldade de estrutura orgânica para que o magistrado instrua, decida ou julgue as ações cíveis, criminais e administrativas sancionatórias com a celeridade e o rigor técnico que as consequências dessas tragédias exigem.”  

O ministro disse ainda que pretende dedicar atenção e zelo especiais para que as ações judiciais que visem resguardar ou reparar os direitos dos povos originários tenham mais celeridade e produzam políticas públicas inclusivas mais sólidas.  Outra prioridade destacada por Campbell é o compromisso com projetos que aperfeiçoem e aprimorem a prestação jurisdicional.

O magistrado foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde atuou como corregedor-geral eleitoral entre 2021 e 2022. Ele também já exerceu o cargo de corregedor-geral da Justiça Federal.

Ana Paula Batalha / Foto: CNJ | Comunicação TJAC

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