Móveis e artesanatos em crochê foram confeccionados por pessoas privadas de liberdade em projetos sociais que captaram mais de R$ 30 mil em Edital das Penas Pecuniárias da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas da Comarca de Rio Branco
Objetos como poltronas, mesas de jantar, tábua de cortar carne, tapetes de crochê e violão têm tudo a ver com a ressocialização de pessoas em cumprimento de pena privativa de liberdade no Acre. Isso foi demonstrado na exposição realizada na Expoacre, entre os dias 31 de agosto e 8 de setembro, com produtos feitos por reeducandas e reeducandos, apresentados na festa agropecuária no estande da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Parte do material exibido foi produzido dentro de projetos sociais contemplados com recursos das penas pecuniárias da Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas da Comarca de Rio Branco (Vepma). Foram R$ 30.965,67 de recursos públicos que foram direcionados para promoção da ressocialização.
A questão da profissionalização e educação para que reeducandos e reeducandas sejam reintegrados socialmente é um dos pontos de atuação do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) por meio Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF), tanto que a presidente do TJAC, Regina Ferrari, acompanhada da desembargadora Eva Evangelista, da juíza de Direito Andréa Brito, do juiz Jorge Lima e da secretaria de Projetos Sociais do TJAC, Regiane Verçoza, visitaram o espaço na sexta-feira, 6. Os produtos foram exibidos até o último dia de evento, neste domingo, 8.
Projetos na Expoacre
Foram mostrados na Expoacre itens feitos em dois projetos contemplados com recursos das penas pecuniárias. Os violões fabricados na oficina de “Luthieria Sons da Liberdade”, que segundo informações do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) é primeira formação na área realizada dentro do sistema penitenciário no Brasil. O projeto captou R$ 23.640,00 do edital da Vepma.
E os produtos em crochê fruto do projeto “Entrelinhas: Proporcionando Saúde Mental”, que viabiliza a elaboração desses artesanatos, por mulheres privadas de liberdade na Unidade Penitenciária Feminina. A ação recebeu R$ 7.325,67 de recursos das penas pecuniárias.
Além disso, foram levados móveis elaborados por reeducandos que trabalham no Polo Moveleiro de Rio Branco, como forma de remissão da pena. Uma obrigatoriedade legal, que é fiscalizada pela Justiça nas inspeções realizadas dentro do Sistema Penitenciário no Acre.
Para o diretor de reintegração social do Iapen, André Vinícius, é essencial que ocorram ações dessa natureza dentro das unidades penitenciárias. “Os instrumentos, os móveis, os artesanatos são os reeducandos que fazem nas unidades prisionais e nos núcleos de trabalho e nós temos vários parceiros nisso, um deles é o Tribunal de Justiça que tem fortalecido essas políticas voltada ao trabalho dentro do Sistema Penitenciário”, disse André.
“Além das Muralhas”
Integrando o estande ainda foi levado parte da exposição “Além das Mulharas: olhares sobre o sistema penitenciário”. As fotografias foram tiradas pela jornalista Miriane Teles e os jornalistas Márcio Bleiner e Elisson Magalhães, da Diretoria de Informação Institucional, por sua Gerência de Comunicação, nas unidades prisionais de todo o Estado, quando os integrantes do GMF realizavam as inspeções.
As 18 imagens apresentadas na Expoacre retratam as ações afirmativas, projetos educacionais, capacitações e outras iniciativas implementadas com objetivo de garantir a profissionalização e ressocialização das pessoas inseridas no sistema prisional.