Campanha marca o mês em que é comemorado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, dia 10 de setembro. Servidores e magistrados foram convidados a exercitar a empatia e apoiar colegas em situação de sofrimento psíquico
O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) realizou nesta sexta-feira, 27, por meio da Gerência de Qualidade de Vida (GEVID), uma palestra com a psicóloga Josy Costa com o objetivo de sensibilizar colaboradoras, colaboradores, servidoras, servidores, magistradas e magistrados acerca da importância de discutir o suicídio e de se conhecer as melhores maneiras de preveni-lo.
A atividade com o corpo funcional do TJAC encerra a programação, no âmbito do Poder Judiciário, da campanha “Setembro Amarelo”, idealizada e promovida, desde 2015, pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria e colaboração com inúmeros órgãos, entidades e instituições de todo o país.
O vice-presidente do TJAC, desembargador Luís Camolez, que também é coordenador da Saúde do Poder Judiciário do Acre, falou da importância das ações de conscientização que as instituições devem ter.
“Nós temos, nós todos, que identificar onde estamos e o que nós estamos fazendo nas nossas cavernas. Nós temos que ter força espiritual para sairmos dessas cavernas e nós temos que aprender isso. Às vezes parentes, às vezes pais, mães, conhecidos, vizinhos, que chegam a esse ato extremo. E nós precisamos de auxílio para sair dessa caverna. Isso não tem idade, não tem sexo, não tem profissão. Temos que aprender a reconhecer os sinais que essas pessoas acabam projetando de como estão suas vidas. Nós, que somos companheiros de trabalho, às vezes na mesma estação de trabalho, às vezes no mesmo prédio, na mesma sala. Nós temos que auxiliar essas pessoas para que saiam, sim, de suas cavernas. Nós não sabemos amanhã do comportamento de cada uma dessas pessoas, mas nós temos que estar prontos para auxiliar essas pessoas”, comentou o vice-presidente do TJAC.
Palestra “Como Adoçar Sua Vida”
Durante a palestra, a psicóloga da Gevid falou sobre o tabu que acompanha o tema e que, muitas vezes, leva pessoas com transtornos de natureza psíquica, como a ansiedade, o burnout, o transtorno afetivo bipolar e a depressão, por exemplo, a não compartilharem suas angústias, medos e o próprio ideário suicida com quem poderia fornecer ajuda.
Dessa forma, a psicóloga Josy Costa assinalou que o apoio de familiares, amigos, colegas de trabalho é fundamental para que pessoas com ideação suicida sejam dissuadidas de qualquer intenção de atentar contra a própria vida, em um ato extremado de desespero. A profissional destacou que, na verdade, a maioria dessas pessoas não deseja de fato por fim à existência, mas, sim, uma saída para os transtornos mentais, para a angústia e o sentimento de desamparo que passam.
A psicóloga ressaltou que todos devem estar atentos aos sinais que pessoas sob intenso sofrimento psíquico costumam apresentar, como irritabilidade, mudanças repentinas de humor e de comportamento, depressão incapacitante, falta de energia extrema, incapacidade de demonstrar alegria, pois podem ser o prenúncio de um ato de desespero.
Assim, Josy Costa conclamou os presentes a não julgar, nem repreender essas pessoas, mas, ao contrário, oferecer um sorriso, um abraço, um ombro amigo, um “eu estou aqui para ajudar você”, pois se tratam, na verdade, de pessoas adoecidas mentalmente, que muitas vezes já não têm a lucidez necessária para decidir com clareza sobre as consequências de seus atos.
Em seguida, a assessora da vice-presidência, Isabelle Lavocat, realizou uma dinâmica de grupo com os presentes, na qual cada um recebeu papel e caneta e foi instado a desenhar um coração e, dentro dele, o nome e as qualidades de alguém que ama. Pouquíssimos participantes colocaram o próprio nome no coração, o que revela que, além de proteger aqueles que nos cercam, também devemos estar atentos e lembrar de amar a nós mesmos, o que é necessário, inclusive, para podermos ajudar aqueles que mais precisam.
Após a dinâmica de grupo foi a vez do Coral Cancioneiros da Paz, composto por servidoras, servidores, magistradas e magistrados do TJAC, abrilhantar o evento com uma performance da canção “É preciso saber viver” (Erasmo e Roberto Carlos), que contagiou os presentes.
Por fim, foram oferecidos brigadeiros e guloseimas aos participantes, como uma lembrança de que a vida deve ser vivida, apreciada com doçura. E que, com a ajuda apropriada, inclusive médica, nos casos mais graves – e, sobretudo, informação – tudo na vida passa, até mesmo os momentos mais difíceis.
E, se você passa por um momento difícil atualmente, não consegue enxergar uma solução para os problemas ou está se sentindo sozinho ou desesperado, lembre que o Centro de Valorização da Vida (CVV) existe para te ouvir, sem julgar seus motivos, oferecendo valioso apoio psicológico, por meio da escuta ativa e do aconselhamento dos voluntários do serviço. Você pode entrar em contato com o CVV pelo número 188 (24 horas por dia, sem custos da ligação) ou pelo chat da organização, acessando o link seguro https://cvv.org.br.
