Justiça mais próxima: Marechal Thaumaturgo recebe Centro de Cidadania revitalizado e Ponto de Inclusão Digital

Em visita da presidente e do Corregedor Geral da Justiça, ações fortalecem a presença do Judiciário acreano em Marechal Thaumaturgo com melhorias nas estruturas e inclusão digital

Com pouco mais de 17 mil habitantes e localizado na fronteira com o Peru, Marechal Thaumaturgo é um dos municípios mais isolados do Acre. Para levar ações que reforçam o compromisso com a Justiça e cidadania, a presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari, acompanhada do corregedor-geral da Justiça, desembargador Samoel Evangelista, enfrentou uma jornada que incluiu deslocamento aéreo, terrestre e fluvial. A missão teve como objetivo entregar à população a revitalização do Centro Integrado de Justiça e Cidadania (Cejuc) e a instalação de um novo Ponto de Inclusão Digital (PIDJus), aproximando ainda mais o Judiciário dos cidadãos que mais necessitam.

A revitalização do Cejuc garante melhores condições de trabalho para os servidores e magistrados, além de um acolhimento mais digno aos moradores da região. Já o PIDJus representa um avanço na oferta de serviços digitais, conectando os cidadãos locais aos sistemas de Justiça e aos serviços das instituições parceiras, como a Defensoria Pública e o Ministério Público. Esse espaço é a presença física do Poder Judiciário em Marechal Thaumaturgo, desempenhando um papel fundamental para o acesso à Justiça em uma área com poucas opções de acesso.

Em sua chegada, a comitiva do TJAC foi recebida pelo comandante do Pelotão Especial de Fronteira do 61º BIS, comandante Wendel Pierroti, pelo subcomandante Bruno Vinícius e pela sargento Lianna Dantas. Eles apresentaram o efetivo de 70 militares que atuam na região, protegendo a fronteira e realizando treinamentos, além de colaborarem com a comunidade local em diversas ações.

Durante a cerimônia nas instalações do Cejuc, a presidente Regina Ferrari destacou a importância de levar a Justiça para todos, sem distinção. “Nosso objetivo é claro: proporcionar uma prestação jurisdicional eficiente, que resolva as demandas processuais e promova a dignidade humana. A Justiça que queremos é aquela que se faz presente, que estende a mão ao cidadão comum, ao trabalhador, à mãe de família, ao idoso e ao jovem. Essa Justiça se materializa aqui, com a descentralização dos serviços e a inclusão de quem mais precisa”, enfatizou a desembargadora.

O corregedor-geral, desembargador Samoel Evangelista, que já atuou na região, compartilhou um relato histórico sobre os desafios e as conquistas do Judiciário no município ao longo dos anos. Evangelista lembrou sua passagem pela região quando Marechal Thaumaturgo ainda era uma vila, e a realidade era completamente diferente, sem estrutura adequada para o Judiciário.

Histórico e expansão da Justiça na região

O desembargador Samoel Evangelista relatou memórias de sua gestão como vice-presidente do TJAC, quando as primeiras estruturas da Justiça começaram a ser implantadas em municípios do Alto Juruá. “Naquele biênio, como vice-presidente, estive aqui, em Porto Walter e em Rodrigues Alves, para a escolha dos locais e dar ordem ao início das obras, que se efetivaram. Com muita alegria, estou testemunhando que Vossa Excelência, presidente Regina, está dando prosseguimento a esse dogma, juntando esforços aos daqueles que nos antecederam”, afirmou.

O desembargador, que também atuou como promotor de Justiça na região por uma década, lembrou de uma época em que a única referência do Poder Judiciário em Marechal Thaumaturgo e Porto Walter eram dois servidores do Registro Civil que atendiam em suas próprias residências. Naquele período, equipes do Judiciário saíam de barco de Cruzeiro do Sul, atendendo as comunidades ao longo dos rios Juruá, Tejo e Amônia. “Participei de várias dessas viagens, algumas se estendendo por até 30 dias. Vivenciei e testemunhei as dificuldades desses nossos irmãos, e por isso valorizo e aplaudo sua determinação, presidente, de levar os serviços básicos para os locais mais distantes”, ressaltou.

O corregedor destacou ainda que, apesar dos avanços, o Poder Público ainda tem muito a fazer para compensar a dívida histórica com a população dessa região. “Sabemos que o Poder Público está em débito com o nosso cidadão. Ainda há muito por fazer. Mas a desembargadora Regina, com seu esforço incansável de propiciar melhores serviços e condições de vida ao nosso jurisdicionado, tem feito a sua parte. Ela é bem-aventurada por isso”, concluiu Samoel Evangelista.

Compromisso com o futuro

O prefeito do município, Valdelio Frutado, agradeceu a presença do Judiciário e o atendimento que presta ao cidadão, parabenizando pelas melhorias nas instalações e a instalação do PIDJus.

“Agradecemos muito ao Tribunal de Justiça por esse espaço. Sabemos do esforço e trabalho que foi feito para a permanência desse serviço aqui no munícipio. Estamos à disposição para contribuir no que for necessário para trazer cidadania para a nossa população”, disse o prefeito.

O diretor de Gestão do TJAC, Evandro Luzia, acompanhado da diretora Regional do Vale do Juruá, Solange Chalub, explicou que o PIDJus conta como o atendimento do estagiário da própria comunidade, Marlison Nascimento, 26 anos, que foi treinado pela equipe do TJAC para realizar o serviço. A instalação do serviço envolveu ainda a Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Ditec) e a Diretoria de Informação Institucional (Diins).

Ao final da agenda, a presidente do TJAC e o corregedor-geral da Justiça foram homenageados pelo Pelotão Especial de Fronteira, com o certificado “Amigos do Batalhão”, entregue à pessoas que contribuem de alguma forma pelo engrandecimento das ações militares.

A presença do Tribunal de Justiça em Marechal Thaumaturgo é um exemplo do esforço contínuo para promover inclusão e garantir que os serviços públicos cheguem até os cidadãos mais distantes. As novas instalações e o PIDJus simbolizam um passo importante para que o Judiciário acreano cumpra seu papel de facilitador do acesso à Justiça, ajudando a população a superar as barreiras geográficas e tecnológicas que ainda existem na região.

Texto: Andréa Zílio / Fotos: Elisson Magalhães | Comunicação TJAC

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