Programa vencedor do Prêmio Prioridade Absoluta de 2023 oferece capacitação técnica e oportunidade de emprego para jovens
Nesta terça-feira, 19, a coordenadora estadual da Infância e Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Waldirene Cordeiro, apresentou uma boa prática desenvolvida em Rio Branco ao juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Edinaldo Junior. A iniciativa reúne aprendizado e profissionalização, disponibilizados de forma gratuita para adolescentes e jovens egressos ou em cumprimento de medidas socioeducativas.
O destino foi o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), onde é realizado o Programa de Desenvolvimento Profissional e Inclusão Social pelo Trabalho, chamado de “RadioAtivo”. Em 2023, essa ação conquistou o primeiro lugar, na categoria Tribunal, eixo Medida Socioeducativa, no Prêmio Prioridade Absoluta do CNJ.
A comitiva do Poder Judiciário foi recepcionada pelo diretor regional César Dotto e a equipe da unidade educacional. Dotto explicou sobre o projeto pedagógico, ressaltando que neste o RadioAtivo é voltado para a Tecnologia e possui uma carga horária de 1492 horas/aula. Os participantes recebem uma bolsa-auxílio e são encaminhados para o primeiro emprego de carteira assinada, na modalidade “Jovem Aprendiz” (Lei nº 10.097/2000).
No laboratório de informática, a desembargadora Waldirene conversou com a turma de 24 estudantes, dos quais oito são provenientes da parceria estabelecida pelo RadioAtivo. O grupo havia acabado de produzir um “Mapa dos Sonhos”, e no quadro estavam anseios pessoais e coletivos. A desembargadora contou que um dia já sonhou em ser aeromoça e teceu suas lembranças com fatos que a levaram a carreira jurídica. Uma frase célebre de Eleanor Roosevelt, ex-presidente dos EUA e ativista dos Direitos humanos afirma que “o futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos” e essa motivação serve para que cada um possa transformar as aspirações, superar desafios e inspirar ações.
A pedagoga Edinilza Soster assinalou que o propósito dessa atividade foi criar competências socioemocionais, que contribuem para a formação integral dos jovens, por meio do desenvolvimento de habilidades comportamentais e sociais essenciais, como comunicação e trabalho em equipe.
O momento de imersão permitiu que o juiz Edinaldo Júnior somasse outras reflexões pessoais: “quando eu saio de casa, minha vida faz sentido, porque sei que o meu trabalho faz diferença na vida de vocês, e eu quero que vocês saibam que tem pessoas trabalhando por vocês”, disse.
A troca de experiências o levou a falar ainda de sua mãe, Mirian. “Eu tive uma mãe que trabalhou com adolescentes que cometeram atos infracionais. Recentemente, eu realizei que é por isso que adoro trabalhar com adolescentes. Minha mãe trabalhou vários anos com adolescentes e sabe o que foi o que eu vi? Na minha casa, eu vi o telefone tocando várias vezes com esses adolescentes já adultos, dizendo assim: ‘eu quero falar com a Mirian, quero dizer pra ela que hoje sou advogado/engenheiro/ e quero agradecer por tudo o que ela fez por mim’. Daqui alguns anos são vocês que vão dizer que venceram, que conseguiram chegar no local que vocês sonhavam”, afirmou.
A visita institucional seguiu pelo laboratório de indústria, mecânica de automóveis, confeitaria e costura industrial, onde são desenvolvidos os demais cursos técnicos e que também são oportunidades para os participantes. O portfólio da unidade oferece uma variedade de programas, com ênfase na qualificação técnica e a prática profissional.
Acompanharam a agenda a juíza-auxiliar da Presidência, Isabelle Sacramento; a juíza Carolina Bragança, titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de Rio Branco; a assistente técnica do programa Fazendo Justiça do CNJ, Adriana Motter; e a secretária da CIJ, Jheniffer Andrade.