Investimento na ampliação dos canais de comunicação proporcionaram que acontecesse um salto de 61 alunas e alunos que se autodeclararam com deficiência, em 2023, para 175 neste ano, participando das atividades da Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud)
Com desenvolvimento de estratégias direcionadas para inclusão e acessibilidade, a Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud) aumentou em 186% os atendimentos às Pessoas com Deficiência (PcD), em comparação com o ano de 2023.
No ano passado foram 61 pessoas com deficiência que participaram das formações e atividades da Esjud. Já neste ano, entre os meses de janeiro a outubro, contabiliza-se 175 servidoras e servidores que se autodeclaram com deficiência e acessaram alguns dos cursos ofertados pela instituição.
O resultado é reflexo do trabalho estratégico para aperfeiçoar os canais de comunicação, tornando o site da Esjud mais acessível, seguindo as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG), no Ato dos Americanos com Deficiências (ADA), na Seção 508 nos Estados Unidos da América e na Lei nº 13.146 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência).
“Uma das principais diretrizes da atual gestão da Esjud é o acolhimento. Nesse sentido, foram implementadas políticas, ações e estratégias que ampliam a inclusão de pessoas, em especial as que possuem algum tipo de deficiência ou dificuldade. Essa visão está alinhada à perspectiva dos Direitos Humanos, da equidade e da dignidade humana”, destacou o desembargador Elcio Mendes, diretor da Esjud.
Ultrapassar barreiras
Entre as ferramentas implantadas estão a possibilidade de: aumentar o texto, utilizar a escala de cinza, aumentar o contraste ou tornar tudo com contraste negativo, ter os links sublinhados, melhorar a fonte e utilizar o Vlibras, que traduz texto, áudio e vídeo para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
As funcionalidades permitem que pessoas com deficiências possam acessar os conteúdos. Além disso, o aumento da quantidade de formações utilizando o ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), gera a quebra das barreiras físicas e sociais que dificultavam o acesso.
“Os portais foram construídos com foco na usabilidade e na experiência do usuário. A abordagem data-driven permite decisões baseadas em análise de interpretação de dados, especialmente, no contexto de inclusão, identificando necessidades específicas e ajustando cursos e ferramentas de forma contínua. Dessa forma, é possível oferecer formações que atendem as necessidades reais, além de apoiar a tomada de decisões”, comentou o gerente de planejamento e execução da Esjud, Breno Nascimento.
Outra frente de atuação para aumentar a acessibilidade e até sensibilizar quanto aos preconceitos, foi proporcionar atividades educativas voltada a temáticas, como: Módulo I do Saber Sem Fronteiras sobre “Acessibilidade, inclusão e diversidade”; o curso “Direitos Humanos, Acessibilidade e Inclusão”; e, “Linguagem simples é acessível”.
Inclusive, dentro do programa “Saber sem Fronteiras”, que levou formações e informações para todas as unidades judiciais do Estado, que teve a parceria do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (Nuaci) do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), foi possível sensibilizar servidoras, servidores, magistradas e magistrados sobre atendimento aos usuários com deficiência, buscando despertar o respeito e romper com estereótipos.
Durante as formações, a mediadora da Esjud, Ana Cunha, ressaltou a importância da atividade para combater o capacitismo, que é o nome dado ao preconceito contra pessoas com deficiência.
“A troca foi muito importante pois detectamos que temos servidores e servidoras que tem filhos com deficiência e na hora que falamos esses servidores e servidoras de certa maneira se sentiram acolhidos pela instituição”, comentou Cunha, que tem sequela de poliomielite na perna direita e precisa de muleta axilar para andar.
Tecnologia e inclusão
Todas essas iniciativas voltadas a adaptar os recursos, fazer a gestão educacional conforme as necessidades identificadas do público-alvo são fruto de informações coletadas por meio da ferramenta de inteligência de negócios, da Business Intelligence (BI).
A Escola do Poder Judiciário utiliza a BI direcionada para sua gestão com foco na otimização dos resultados, subsidiar a tomada de decisões e ainda gerar relatórios para análise e correções de fluxos.