A gestão da desembargadora Regina Ferrari no comando do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) tem sido marcada por um ciclo de realizações que vão além da modernização estrutural. Prestes a encerrar seu mandato, a presidente assinou nesta quinta-feira, 6, a ordem de serviço para a construção do terceiro prédio da Cidade da Justiça de Rio Branco, diante da instalação da pedra fundamental, consolidando um legado de avanços na infraestrutura, valorização de servidores e impacto social.
A Cidade da Justiça de Rio Branco, que já se consolidava como um marco histórico, receberá seu terceiro prédio, projetado para aprimorar as condições de trabalho e ampliar o acesso à Justiça para a população. O novo prédio vai abrigar o Fórum Cível. O investimento alcança o valor, todo de recurso próprio, na ordem de R$ 34,9 milhões, sendo que desses, R$ 12 milhões referente ao cronograma da obra para este ano já estão empenhados, e o valor total já garantidos em caixa. A obra será executada pela empresa vencedora do processo licitatório, TL Engenharia.
A presidente, Regina Ferrari, falou do compromisso de sua gestão e o sentimento de dever cumprido. “Estou muito feliz por deixar um legado de avanços e conquistas para o Judiciário acreano. A construção do terceiro prédio da Cidade da Justiça é um sonho que se concretiza, fruto do trabalho coletivo e da dedicação de todos os servidores. Estou encerrando a gestão com o sentimento de dever cumprido. O Judiciário está de portas abertas para a população, sempre buscando melhorar os serviços e garantir os direitos de todos”, ressaltou.
O corregedor-geral da Justiça, desembargador Samoel Evangelista, relembrou as etapas da história da implantação da Cidade da Justiça. Ele disse que o Judiciário acreano ocupava 27 espaços endereços da capital, de forma fragmentada. “Quando percebi que o Poder Judiciário, especialmente o 2º Grau, não tinha um endereço único, assumimos o desafio de centralizar sua estrutura em um só local, com a construção da sede do Tribunal de Justiça. Em 2005, iniciamos esse projeto, enfrentando dificuldades orçamentárias. Foi necessário separar um percentual do duodécimo, que o governo estadual dobrou, possibilitando o início da obra”.



O desembargador Samoel, decano da Corte de Justiça acreana, pontuou que foi na administração do desembargador Adair Longuini, a qual integrou ao lado do desembargador Arquilau Melo, que surgiu a ideia de replicar, no 1º grau, o modelo de centralização do 2º grau. Em Cruzeiro do Sul, foi adquirido um prédio de uma faculdade particular, onde foi instalada a Cidade da Justiça. Em Rio Branco, as obras também foram iniciadas. “Hoje, com alegria, vemos esse ciclo se fechando. Apesar de o terceiro prédio ainda não ter sido concluído, os dois primeiros já foram realizados, e essa etapa final está sendo conduzida pela desembargadora Regina e seguirá pelo desembargador Laudivon. O que começou há 20 anos está se concretizando, graças à continuidade administrativa. Parabéns a todos por essa conquista”, ressaltou.
Na ocasião, o vice-presidente, desembargador Luís Camolez, falou da importância de se contar a história da criação da Cidade da Justiça. “Essas histórias são aquelas que vamos deixando no passado, mas é fundamental resgatá-las e mantê-las vivas. A presença do desembargador Adair Longuine e do desembargador Samuel aqui hoje é um exemplo disso: é o resgate da história. E a história precisa ser contada e vivificada, porque, caso contrário, perdemos uma parte importante dela. Muitos desembargadores que tinham esse ideal, como o desembargador Arquilau, que já não está mais na Corte, e outros que já faleceram. Por isso, é essencial reviver essas memórias e os ideais que eles deixaram”.


O desembargador Laudivon Nogueira, ressaltou o impacto histórico e prático da centralização das estruturas judiciais. “Foi uma honra participar, como juiz auxiliar, do início desse projeto ao lado do desembargador Adair Longuini, planejando a criação de um espaço que centralizasse os serviços judiciais e facilitasse a vida do cidadão, reduzindo custos e aumentando a eficiência. Naquela época tínhamos várias estruturas espalhadas por Rio Branco, o que gerava custos altíssimos ao Poder Judiciário, como aluguéis, segurança e deslocamento de servidores, além de comprometer a eficiência. Era evidente que precisávamos mudar”, disse.
Presidente eleito para o biênio 2025-2027, desembargador Laudivon também ressaltou as conquistas da atual gestão. “A gestão da desembargadora Regina Ferrari reflete essa mesma determinação em transformar sonhos em realidade, concretizando grandes feitos com visão e excelência. Este projeto é prova de que, com trabalho e planejamento, sonhos podem se tornar realidade. Sonhar é o primeiro passo para realizar, e a palavra é poderosa: ela transforma sonhos em ações. Tudo o que existe no mundo começou com um sonho, e este projeto é a prova de que, com visão e trabalho, os sonhos se tornam realidade”.


Um sonho realizado
Convidado de honra da solenidade que marcou a assinatura da Ordem de Serviço para a construção do terceiro prédio, o desembargador Adair Longuini relembrou como o projeto da Cidade da Justiça foi colocado em prática. Ele contou que naquele momento a cidade de Rio Branco estava crescendo rapidamente, e o trânsito se tornava cada vez mais complicado. Foi nesse contexto que surgiu a ideia de reunir o Tribunal de Justiça, que já contava com o 2º grau instalado, mas também seguir o modelo no 1º grau. A proposta foi apresentada por ele no momento em que tomou posse como presidente.
“Antes disso, conversei com o então governador Tião Viana para verificar se o governo do Estado estaria disposto a assinar um termo de cooperação. Ele foi extremamente receptivo, e assim demos início ao projeto. Na época, fizemos uma apresentação gráfica que incluía a previsão de construção de seis prédios. Recordo que, no dia da posse, recebi os cumprimentos de José Eduardo, que elogiou o projeto e demonstrou interesse em colaborar. Após algumas conversas, ele doou uma área ainda maior, de seis hectares, para o projeto”, contou Longuini.
Outro desafio foi a necessidade de abrir uma via de acesso, conectando a área à rotatória mais próxima. “É importante reconhecer a contribuição de todos os envolvidos. Essa história é sobre sonhos e desafios, e o resultado é a concretização desse grande projeto”, finalizou.
