Evento que também contou com a participação da coordenadora da Infância e Juventude, desembargadora Regina Ferrari, foi organizado pela Rede Amazônica.
O presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Francisco Djalma, participou na noite de quarta-feira, 27, juntamente com a coordenadora da Infância e Juventude, desembargadora Regina Ferrari, da cerimônia de abertura do 7º painel CBN “Perspectivas Empresariais para 2020”.
Ocorrido no auditório da Federação das Indústrias do Acre (Fieac) e transmitido ao vivo pela Rádio CBN Amazônia Rio Branco, o evento contou com a participação de diversas autoridades, políticos, empresários, além do público geral.
Em sua participação, o desembargador presidente agradeceu a oportunidade de poder levar aos empresários as propostas do Poder Judiciário e apresentou o Programa de Desenvolvimento Profissional e Inclusão pelo Trabalho – Radioativo – idealizado pelo TJAC, por meio da coordenadoria da infância e juventude, que busca, em parceria com a Fieac e outras instituições oferecer oportunidades de trabalho aos jovens em situação de conflito com a lei, favorecendo, assim, a ressocialização dos adolescentes.
Francisco Djalma também ressaltou que a mobilização do setor empresarial “tem ressonância direta nos projetos de governança do Poder Judiciário, uma vez que o Conselho Nacional de Justiça tem estipulado a adoção de políticas destinadas ao resgate socioeducativo de jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social”.
“O protagonismo dessa iniciativa não pertence a um grupo ou instituição, mas a todos nós que – de uma forma ou de outra – temos sobre nossos ombros o compromisso social voltado para o desenvolvimento das pessoas, através do trabalho como base maior na dignidade do ser humano”, disse o desembargador presidente.
Por sua vez, a desembargadora Regina Ferrari acrescentou mais detalhes sobre o programa Radioativo, destacando que não é possível haver desenvolvimento econômico e progresso em meio à criminalidade e que, “em uma sociedade moderna, as corporações, além de gerar riqueza e desenvolvimento, tem uma missão a mais: a responsabilidade social”.
“Desenvolvimento não convive com o crime em escalada mortal, cruel, como a que estamos vivendo. Não convive com vulnerabilidades tamanhas como as que nós estamos vivenciando hoje. O progresso da humanidade reside nas mãos das pessoas, especialmente no empresariado, naqueles que fornecem serviços, nos industriários, e naqueles que têm corações e mentes unidos para ajudar quem mais precisa. Aos que estão sem pai, sem mãe, sem lenço, sem documento, sem voz e sem vez”, considerou a coordenadora da infância e juventude.
A magistrada também assinalou a importância do esforço conjunto, já que “o abandono às crianças e adolescentes certamente trará danos irreversíveis para toda sociedade”.
“Hoje nós temos, em média, um pouco mais de 600 adolescentes cumprindo medidas socioeducativas, muitos acolhidos em abrigos e outros, ainda, perpassando pelos bairros, pelas periferias, em situação de grande vulnerabilidade social, especialmente por estarem nesses cinturões de pobreza e, ainda, de negligência social. Por isso, a importância da colaboração dos senhores”, finalizou a coordenadora da infância e juventude.
Hospital do Câncer
Na ocasião, o desembargador presidente Francisco Djalma também aproveitou para falar ao público presente sobre a iniciativa recente do Tribunal de Justiça do Acre, de reunir a classe empresarial para propor um mutirão de reforma no Hospital do Câncer.
“Nós estivemos na unidade há alguns dias e encontramos lá algumas pessoas fazendo quimioterapia em ambientes absolutamente insalubres. Vimos, por exemplo, uma criança em um quarto vedado com tábuas de madeira mofadas. Por isso, nós conversamos com um grupo de empresários e assumimos o compromisso de que cada um de nós irá apadrinhar uma ala do hospital e prover as condições necessárias para transformar aquele ambiente.
O desembargador presidente lembrou, ainda, que “os pacientes que chegam ao Hospital do Câncer já estão com seus organismos comprometidos, não podem ser submetidas àquelas condições insalubres, especialmente crianças e idosos”.
“É dever do Estado? Sim, é dever do Estado. Mas não nos custa nada ajudar a prover as condições que aquelas pessoas merecem. Vamos fazer isso”, finalizou Francisco Djalma.