Evento teve participação de servidores do TJAC
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem utilizado todo o potencial da tecnologia para oferecer aos tribunais inovações que aumentem a eficiência dos serviços aos cidadãos ao mesmo tempo em que asseguram redução de custos em momento de restrição orçamentária. Essa foi a mensagem transmitida pelas autoridades do Poder Judiciário durante o webinário de lançamento do Programa Justiça 4.0 em solenidade virtual realizada na quarta-feira (24/2) e transmitida pelos canais do YouTube do CNJ e do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). O evento contou com vários servidores do Tribunal de Justiça do Acre.
No evento, o secretário-geral do CNJ, Valter Shuenquener, chamou a atenção para o contexto atual marcado pela incorporação de inovações tecnológicas. “Estamos vivendo um momento ímpar, único na história da Justiça brasileira, que tem acelerado a incorporação de inovações disruptivas pelo Judiciário brasileiro”, comentou. Trata-se, segundo ele, de um salto tecnológico do qual os órgãos judiciais têm que fazer parte para aperfeiçoar a governança, aumentar a transparência e a eficiência dos serviços. “A justiça brasileira não pode ficar de fora desse trem e digo que é um trem-bala e não podemos virar as costas para as novidades.”
Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os órgãos da Justiça em todo o país têm usado os recursos tecnológicos para assegurar a continuidade dos serviços judiciais com a realização de sessões, audiências e julgamentos virtuais, videoconferências para o atendimento às partes dos processos e análise de demandas por meio do cada vez maior emprego dos processos eletrônicos, entre outras inciativas.
Integração
O Programa Justiça 4.0 faz parte do eixo da gestão do ministro Luiz Fux à frente do CNJ para a promoção do acesso à justiça digital. É uma política direcionada aos tribunais composta por vários projetos relacionados à inovação, entre os quais a plataforma Sinapses de desenvolvimento e compartilhamento de inteligência artificial entre os órgãos do Judiciário, a Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ) e medidas de qualificação das informações da Base de Dados do Poder Judiciário (DataJud).
Este amplo programa de oferta aos órgãos da justiça de soluções tecnológicas para uso compartilhado é uma ação desenvolvida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e coordenada pelo CNJ. A finalidade é acelerar os procedimentos para a prestação de serviços quase que integralmente digital por parte dos tribunais.
Durante o lançamento, o secretário especial de Programas, Pesquisas e Gestão Estratégica do CNJ, Marcus Lívio Gomes, apresentou a dinâmica de implementação do Justiça 4.0 e como o programa será levado aos tribunais. “Pretendemos trabalhar de forma colaborativa, em ecossistema, desenvolvendo produtos conjuntamente e avançando conjuntamente. O CNJ, por meio do programa Justiça 4.0, estará apoiando os tribunais em termos de recursos humanos e tecnológicos para que o Judiciário brasileiro avance a passos firmes para justiça digital.”
Na prática, o CNJ colocará, à disposição dos tribunais, técnicos e servidores para atuação remota na implantação dos sistemas e, também, uma equipe de gestores em tecnologia no apoio técnico aos órgãos. Com isso, o CNJ busca o fortalecimento da aplicação desses mecanismos de inovação e gestão eficiente da informação para formulação, implantação e monitoramento de políticas públicas judiciárias.
Governança e produtividade
Presente à solenidade, o presidente do Tribunal Superior de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, disse que, no momento em que se discute o aprofundamento da incorporação tecnológica, é necessário ter em mente de que as inovações podem permitir que a Justiça dê respostas rápidas e a custos mais baixos.
Escritórios sociais
O Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ participou de visita virtual aos escritórios sociais. O juiz auxiliar da Presidência do CNJ Luís Geraldo Lanfredi afirmou que os escritórios sociais representam um atendimento importante do Estado no atendimento à pessoa que passou pelo sistema de Justiça, teve a experiência do cárcere e retorna ao convívio social, numa adaptação que tem que ser feita com o apoio do Estado e a sociedade.
O que se busca, conforme informou o magistrado, é que essas pessoas compreendam seu potencial e sejam vistas e reconhecidas pelo Estado na dimensão das suas individualidades, numa ação para, também, reduzir as reincidências. “Isto provoca a adesão delas à sociedade, marca a interrupção de trajetórias criminosas, e vamos ter com isso a redução de reincidência e o mais importante, sociedades mais seguras, sociedades de paz.”
Com informações do CNJ