Presidente fez lançamento oficial da revista histórica “120 Anos de Justiça e Cidadania” e museu virtual e considerou um ato histórico para o Poder Judiciário acreano
O Palácio da Justiça, guardião silencioso de tantas histórias, abriu suas portas na tarde desta terça-feira, 28, para um momento de resgate e celebração da memória com o lançamento da revista “120 Anos de Justiça e Cidadania” e do Museu Virtual.
A revista, com relatos de tempos idos, revive os desafios e conquistas que moldaram o Judiciário acreano, trazendo à tona personagens, julgamentos e a evolução da Justiça no estado. Já o museu virtual transcende paredes e fronteiras, permitindo que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, percorra digitalmente os corredores do tempo e conheça de perto os registros que fundamentam a cidadania.
Para a presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari, a entrega dos produtos liderados pela própria presidência da Justica acreana e pela Diretoria de Informação Institucional (Diins), são mais que registros, são um tributo aos homens e mulheres que acreditaram na transformação social de vidas por meio da entrega da justiça.
“Junto à revista, junto a estas páginas virtuais, museu virtual, revisitamos todos os desafios, inclusive, da anexação do Acre ao Brasil. São tantas dores, tantas lutas, tantos diálogos e tantas histórias aqui entrelaçadas. Temos orgulho agora de apresentar este nosso museu, este projeto inovador, que cumpre as barreiras do espaço físico. Pela primeira vez na história do Acre, disponibilizaremos um acervo museológico ao alcance de todos, em qualquer lugar do mundo. Isso é um ato histórico para o nosso Tribunal de Justiça”, disse.
Para além das palavras impressas e das imagens em tela, para o corregedor-geral, desembargador Samoel Evangelista, que é o decano do Poder Judiciário acreano, o lançamento foi um ato de reconhecimento da importância da memória.
Em seu pronunciamento, o corregedor-geral classificou os lançamentos sendo um “resgate histórico”. “Resgate, no ponto de vista histórico e também cultural. Nós temos muito orgulho da histórica do Poder Judiciário do Acre. Esses produtos fazem com que a memória seja preservada. Existe muita coisa bonita no Poder Judiciário do Acre e deve ser preservada para nós, sobretudo, para as gerações futuras. Não há futuro se não valorizarmos o nosso passado e o nosso presente”, enfatizou.
Revista
A cada página folheada, era notório a nostalgia de cada um relembrando o passado. Seja na foto da deusa da justiça em prédios antigos, seja na foto das galerias de ex-presidentes ou artigos.
“Justa Celebração” é o texto que inaugura as páginas desta edição comemorativa, referenciando fatos dos 60 anos de Tribunal de Justiça do Acre e 120 anos do Poder Judiciário no Acre, sob autoria dos desembargadores aposentados Eva Evangelista e Arquilau Melo, membros da Comissão de Gestão da Memória. A publicação resgata os laços históricos entre os “Tribunais de Apellação”, julgamentos e construção de fóruns com a criação do Território Federal do Acre e, posteriormente do Estado, com a efetivação da justiça e a evolução sócio-política.
Na capa é ilustrada com foto da inauguração do Palácio da Justiça, ocorrida em 30 de abril de 1957. Os temas não se limitam ao passado, os capítulos apresentam os avanços na estrutura judiciária, as aplicações tecnológicas, pioneirismo de ações de cidadania e a garantia de direitos pela prestação jurisdicional.
Presente no evento, a desembargadora aposentada Eva Evangelista parabenizou a gestão do TJAC pela idealização da revista histórica.
“Iniciativas como essa são fundamentais para valorizar a história, estimular o conhecimento e despertar reflexões sobre os caminhos que percorremos. É um projeto que não apenas resgata e preserva memórias, mas fortalece a conexão com o passado. Esperamos que essa revista se torne um espaço de aprendizado, inspiração e troca de saberes”, ressaltou.
A historiadora Flávia Burlamaqui compartilhou informações sobre o processo de criação, pesquisa e edição da revista, dizendo ter sido uma grande satisfação poder contribuir com esse trabalho.
“Iniciamos esse trabalho a cerca de um ano atrás, e como costuma a dizer o professor Marcos Vinícius Neves, meu parceiro no processo de organização desta publicação, a história do Acre é como seus rios, com suas belezas e infinitas curvas, e assim também foi o processo de pesquisa e organização desta publicação. Nós consultamos muitos documentos, ouvimos muitas pessoas, buscamos imagens, refletimos, construímos, reconstruímos, isso tudo acompanhando a complexidade do nosso processo histórico. Tentamos usar uma linguagem acessível a todos os públicos, numa perspectiva de democratização, que o TJAC já vem fazendo”, compartilhou.
A diretora de Informação Institucional (DIINS), Andrea Zílio, salientou que o intuito da administração foi de fazer uma publicação que resgatasse a história, servindo como fonte de pesquisa para diversos públicos.
“O trabalho foi fruto de um esforço coletivo, unindo a expertise de historiadores ao comprometimento de todos os envolvidos. Estamos muito felizes com o resultado”, salientou.
Museu virtual
O Museu Virtual permite o acesso remoto a acervos digitais, garantindo que documentos, fotografias, depoimentos e objetos históricos sejam preservados e difundidos para um público amplo. Além disso, facilita a pesquisa acadêmica, incentiva a educação patrimonial e fortalece a identidade institucional. Os visitantes, de qualquer lugar do mundo, podem interagir e explorar documentos, vídeos e até causos.
A página do Museu Virtual foi apresentada pelos servidores da Diretoria de Tecnologia da Comunicação (DITEC), Elson Oliveira, Gabriel Teixeira e Robson Luiz. Eles ficaram a frente da criação da página para entregar um material claro, objetivo e de fácil manuseio pelos internautas.
Conheça o Museu Virtual – https://memoria.tjac.jus.br/
Oficializando
Oficializando o momento, a desembargadora-presidente fez a entrega simbólica das primeiras edições da revisa aos convidados de honra que foram o corregedor-geral, desembargador Samoel Evangelista, a desembargadora aposentada Eva Evangelista, o desembargador Laudivon Nogueira, a presidente eleita da Associação dos Magistrados do Acre (ASMAC), juíza de Direito Olívia Ribeiro, a vice-presidente da OAB/AC, Thaís Moura, o juiz do TJPR, Tiago Gagliano, a procuradora-geral do Estado, Janete Melo, que representou o governo do estado. Também estiveram presentes os juízes-auxiliares da Presidência, Zenice Mota, Isabelle Sacramento e Giordane Dourado, representando Corpo de Bombeiro, o coronel Eurico, o delegado adjunto da Polícia Civil, Cleiton Videira, além dos juízes de Direito substitutos.
O desembargador Laudivon Nogueira disse ser um momento significativo onde não se fala apenas do lançamento de uma revista e de uma página na internet, mas da identidade do Poder Judiciário do Acre.
“É nossa identidade, que é registrada por meio desses materiais apresentados hoje: físico e digital. Sem esses serviços não sabemos quem somos. Temos novos magistrados ingressando no TJAC e querem saber mais desses registro históricos. Cada magistrado que passou colocou um tijolinho, sua contribuição, e hoje estamos usufruindo do que alguém fez, e nós estamos dando a continuidade. E que bom termos duas mídias para que qualquer cidadão possa conhecer a nossa história”, disse.
Em nome do governo do estado, a procuradora-geral Janete Melo, falou de parceria e parabenizou a presidente pelos produtos lançados.
“É um motivo de muita celebração. Conte sempre conosco, com a parceria do Poder Executivo, naquilo que pudermos colaborar, vamos colaborar sempre. O mesmo digo pela Procuradoria-Geral. É uma instituição que é parceira também, embora ela vinculada ao Poder Executivo, nós somos e temos buscado estar mais próximos de todos os Poderes, fazendo aquilo que o governador fala, da união dos Poderes, união com as instituições, mas fazendo também o nosso papel de orientação naquilo que o Poder Judiciário precisar e precisa. Eu fico muito feliz aqui, o material é belíssimo. Me sinto contemplada aqui também”, falou.