Atividades profissionalizantes fazem parte do Projeto Impactar Mulher, estratégia de enfrentamento à violência de gênero no Acre. Ação tem o objetivo de prover uma oportunidade de renda para mulheres em situação de violência ou vulnerabilidade, ajudando, assim, o rompimento do chamado ciclo de violência
Representando o TJAC, a Secretaria de Programa Sociais (Sepso) do Poder Judiciário do Acre participou, na tarde desta quinta-feira, 6, da aula inaugural dos cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), voltados à promoção da autonomia financeira de mulheres vítimas de violência. A ação faz parte do Projeto Impactar Mulher e busca oferecer o enfrentamento à violência de gênero pro meio da oferta de cursos de qualificação profissional nos 22 municípios acreanos.
A atividade foi realizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), em parceria com o Tribunal de Justiça do Acre, o Ministério Público, com apoio do Banco da Amazônia (BASA). O evento aconteceu no auditório do Centro de Educação Profissional de Rio Branco – Senac/AC. Os primeiros cursos disponibilizados são os de cuidadora de idosos, preparadora de hambúrgueres artesanais, manicure e pedicure.
Além da secretária da Sepso, também estiveram presentes, entre outros, a secretária de Estado da Mulher (Semulher), Márdhia El-Shawa; o secretário de Governo do Acre, representando o governador Gladson Cameli; a diretora de Direitos Humanos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos da Prefeitura de Rio Branco, Rila Freeze; bem como as alunas dos cursos, familiares e amigos.

A ação tem como objetivo principal oferecer oportunidades de geração de renda para que mulheres em situação de violência ou vulnerabilidade possam se tornar financeiramente independentes dos seus agressores, possibilitando a ruptura do chamado ciclo da violência. O apoio do BASA disponibilizará microcréditos em favor das participantes do projeto, incentivando o empreendedorismo e a autonomia financeira das vítimas.
“O Tribunal de Justiça do Acre atua diariamente para proteger os direitos das mulheres, garantindo acesso à justiça, acolhimento e proteção. No entanto, muitas mulheres permanecem em situações de violência por falta de recursos e alternativas. Por isso, o Tribunal de Justiça apoia iniciativas como esta que são essenciais, oferecem caminhos reais para que reconstruam suas vidas com dignidade e segurança”, comentou a secretária da Sepso, Isnailda Souza.
A secretária da Semulheres, Márdhia El-Shawa, ressaltou a independência financeira das alunas como um elemento chave para a libertação das vítimas dos ciclos de violência em que vivem. El-Shawa também registrou o investimento de quase 800 mil reais nos cursos profissionalizantes direcionados a ações com mulheres em situação de vulnerabilidade, nos 22 municípios acreanos.
“Só o conhecimento liberta. A autonomia financeira, a independência financeira, ela liberta. Vocês não serão mais dependentes de nenhum homem, de nenhum relacionamento abusivo, tóxico. Vocês terão a independência de vocês, poderão criar seus filhos em liberdade, com tranquilidade, com paz. A gente sabe que vocês precisam e a gente também precisa de vocês (…), precisamos diminuir índices e, para isso, a gente precisa de mulheres com independência, mulheres livres, que não vivam em relacionamentos abusivos”, disse a secretária Márdhia El-Shawa.


Se você, mulher, passa por uma situação assim, dê um basta ao ciclo de violência: entre em contato com a Secretaria de Estado da Mulher pelo WhatsApp (68) 99930-0420 ou pelo Instagram @semulherac para realizar sua inscrição. As inscrições também podem ser feitas presencialmente na sede da Semulher, no endereço Tv. João XXIII, nº 1137, Village Wilde Maciel, ou, ainda, na Unidade Móvel de Atendimento à Mulher, o chamado Ônibus Lilás.
E se eu já estiver sob ameaça ou perigo iminente?
Vale destacar que, em casos nos quais já existem ameaças, tentativas ou agressões consumadas, você pode – e deve – acionar a Polícia Militar pelo 180, pelo Disque Direitos Humanos, o Disque 100 (de maneira anônima), ou, ainda, mostrar um “X” vermelho desenhado na palma da mão a qualquer atendente de farmácia. Ele já saberá que se trata da campanha “Sinal Vermelho”, a colocará em um ambiente seguro e, em seguida, acionará a PM e aguardará ao seu lado até a chegada da polícia ostensiva.
O Poder Judiciário do Acre, por meio das Varas Especializadas de Proteção à Mulher, tem dado total prioridade aos pedidos de decretação de medidas protetivas e afastamento do agressor do lar. Atualmente, uma medida protetiva é apreciada em até 24 horas, o que, aliado ao julgamento rápido dos agressores, demonstra o engajamento da Justiça Estadual na causa pelo fim da violência contra as mulheres.


