A 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco deu continuidade, na última terça-feira (11), à audiência de instrução criminal do “Caso Olizângela”, presidida pela juíza de Direito Zenair Bueno, titular da unidade judiciária.
De acordo com os autos do processo nº 0024254-50.2011.8.01.0001, Iranilson Nascimento dos Santos, 32, é acusado pelo Ministério Público Estadual de ter assassinado a estudante Olizângela da Silva Lopes, 17.
No primeiro dia da audiência, realizada em 15 de março deste ano, foram ouvidas 11 testemunhas. Também estava previsto o depoimento de Jaisson Bezerra da Silva, namorado da vítima, que estava com a moça nas circunstâncias do crime. Diante do não comparecimento dele, a juíza determinou que a testemunha fosse ouvida por carta precatória.
À época, Zenair Bueno também considerou necessária a intimação dos médicos legistas Carlos Paredo Calderon e Antônio Sávio Dantas Barroso, e do perito que firmou o laudo de Fonética Forense, Bruno Santana Lustoza, do Instituto de Criminalística do Acre. Nesta terça-feira (10), portanto, foram ouvidos os médicos e o perito que atuaram no caso.
O juízo, agora, aguarda as alegações finais da defesa no prazo de 10 dias, diante da manifestação do Ministério Público, e também o retorno das cartas precatórias, para então se manifestar pela pronúncia ou não do acusado e, posteriormente, definir a data de realização da sessão de julgamento pelo Júri Popular.
O caso
A jovem Olizângela da Silva Lopes desapareceu no dia 23 de julho do ano passado, quando estava na companhia do namorado, Jaisson Bezerra, durante a realização da Expoacre 2011.
Em 10 dez e agosto daquele ano, ela foi encontrada morta em uma chácara localizada no Ramal Ribeirágua, na Estrada do Amapá, em Rio Branco.
Havia marcas visíveis de violência tanto no corpo (carbonizado) da jovem como na cena do crime, apesar do avançado estado de decomposição.
Várias pessoas foram ouvidas e até presas durante as investigações, entre elas Jaisson Bezerra, o namorado da vítima, e Iranilson Nascimento, filho do dono da chácara onde o corpo foi encontrado.
Jaisson Bezerra chegou a ser preso, mas foi solto após a concessão de um habeas corpus pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Já Iranilson dos Santos foi preso temporariamente em agosto e teve prisão preventiva decretada em setembro do mesmo ano.
O Ministério Público Estadual denunciou Iranilson dos Santos, em outubro passado, com base no art. 121, parágrafo 2º, inciso V, bem como no art. 213 e art. 211, todos do Código Penal. A acusação é de que ele teria inicialmente estuprado, depois assassinado a jovem estudante e ocultado o cadáver da estudante.