Nove crianças reintegradas às suas famílias. Esse foi o saldo da série de audiências concentradas realizadas pela 2ª Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Rio Branco nesta sexta-feira (8) na sede do abrigo Educandário Santa Margarida.
A ação aconteceu em cumprimento ao acordo firmado durante o I Encontro de Coordenadores da Infância e da Juventude, realizado no último mês de abril, em Brasília, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e teve como objetivo a análise da situação jurídica, pessoal, processual e procedimental das cerca de 40 crianças acolhidas no local, buscando, sempre que possível, sua reintegração às famílias de origem.
É o caso do garoto J. P. S. D. L., de 2 anos de idade, que deixou a sede do Educandário, juntamente com seu pai, logo após a realização da audiência. O menor vivia com a mãe, mas foi encaminhado à instituição em razão do envolvimento da genitora com drogas ilícitas.
O pai se disse aliviado por finalmente conseguir garantir o retorno do filho ao convívio familiar. Para ele agora a ordem é recomeçar. “Eu estou feliz por retirar meu filho daqui, eu estava muito triste, angustiado com essa situação. A mãe dele chora, se lamenta e tudo mais, mas não consegue largar a droga. O juiz me passou todas as orientações e agora é cuidar direitinho do meu filho e recomeçar”, destaca M.A.P.
A dependência química também foi o motivo do afastamento da pequena V.P.F., de apenas 2 meses de idade, do convívio da mãe, que atualmente enfrenta tratamento para tentar se livrar do vício em cocaína. Os responsáveis técnicos pelo estudo psicossocial do caso, recomendaram a adoção por parte de uma tia, interessada em criar a garota. A mãe, M.P.S., conta o que o momento é difícil, mas que o fato de saber que a filha vai estar bem cuidada já é um alívio. “É difícil ficar separada da minha filha, mas eu sei que ela vai ficar bem, então isso me conforta e também me fortalece para enfrentar esse desafio”, conta M.P.S.
O presidente do Educandário Santa Margarida, Raimundo Paes, se disse feliz pelos resultados obtidos. “Esse momento em que essas crianças voltam para suas famílias, para se reintegrar ao seu próprio ambiente familiar, é muito satisfatório, reconfortante para nós, porque pegamos essas crianças com estórias ruins e as devolvemos agora com estórias boas”, comentou Paes.
O juiz titular da 2ª Vara da Infância e da Juventude também comemorou o resultado da ação. Ele ressaltou a importância do retorno das crianças ao convívio familiar:
“Nessa ação foi possível promover a reinserção de 9 das crianças que estão abrigadas às suas famílias, isso é bastante positivo. É de grande importância garantir essa convivência familiar, porque, além de ser uma garantia fundamental, as crianças sonham com isso, elas sonham com a família. A mãe para elas é como uma fada – que dá atenção, carinho, amor – e essa permanência por muito tempo nos abrigos também traz prejuízos ao bom desenvolvimento emocional e psíquico dessas crianças. Estou feliz por esse resultado”, disse Romário Divino.