O segundo e último dia do Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário, realizado nessa terça-feira (26) em Brasília, teve como destaques a presença da ministra Eliana Calmon e a discussão sobre a importância das redes sociais como ferramentas para os tribunais brasileiros interagirem com os cidadãos.
O Tribunal de Justiça do Acre, por meio de sua Assessoria de Comunicação, participou do evento promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na abertura dos trabalhos no período da manhã, a vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) assinalou que a maior responsabilidade das instituições públicas atualmente deve ser com a transparência. “Nada se esconde. A palavra de ordem neste século XXI é a transparência , seja de nossos atos e ou realizações”, afirmou Eliana Calmon.
Demonstrando amplo conhecimento histórico, a ministra discorreu para assessores de comunicação de todas as regiões do Brasil sobre as mudanças ocorridas na Justiça Brasileira desde o século 18. Houve muitas mudanças durante esse período, mas a principal delas é que o Poder Judiciário passou, com a Constituição de 1988, a ser um chancelador das decisões do Executivo e do Legislativo. Ou seja, passou a ser também um poder político e garantidor dos direitos humanos e das políticas públicas, protetor dos cidadãos ante os interesses políticos e econômicos”, explicou.
Abertura do Judiciário
Ela fez duras críticas aos setores do Judiciário Brasileiro que ainda não perceberam a necessidade manter um diálogo com os profissionais de imprensa e com a população. “Como bem disse o ministro Ayres Britto (ex-presidente do Supremo Tribunal Federal), nós temos de acabar com essa cultura do biombo, de fuxicos, de bastidores. Muitos magistrados reclamam que a imprensa só veicula notícias ruins sobre o Judiciário. Mas isso acontece porque o Judiciário ainda é muito fechado. No dia em que esse poder for totalmente transparente, a prosa vai mudar, porque os jornalistas terão acesso a diferentes informações, não só as ruins”, assinalou a vice-presidente do STJ.
Eliana Calmon defendeu os profissionais que atuam no âmbito dos tribunais como sendo fundamentais para aproximar a Justiça dos cidadãos.
Ela também criticou o fato de que muitos magistrados querem usar os órgãos de comunicação e imprensa do Judiciário para aparecer. “O juiz precisa entender que não é notícia, nunca foi e nunca será. O assessor de Comunicação não está ali para fazer propaganda. Ele leva a voz do Judiciário para a população e também a voz do povo para o Judiciário. A Justiça e os magistrados têm de estar sintonizados com os anseios da sociedade”, ressaltou.
Ao falar sobre transparência, a ministra considerou que o Judiciário foi o último dos poderes constituídos a se abrir para a sociedade, ficando atrás do Executivo e do Legislativo, os quais criaram ouvidorias e adotaram outras medidas para ampliar o acesso da população às informações.
Redes Sociais
Realizado na sede do Conselho da Justiça Federal (CJF), o evento foi encerrado com discussões sobre a experiência do uso das redes sociais pelos tribunais e a questão da segurança das informações com o uso dessas ferramentas.
O gerente de contas da empresa Google, André Palis lembrou que os brasileiros passam atualmente mais tempo navegando na Internet do que assistindo televisão ou consultando outros tipos de mídia.
Segundo ele, é necessário que empresas e instituições estejam atentas às mudanças de perfil de seu público alvo.
Analista de sistemas do Departamento de Tecnologia da Informação do CNJ, Raphael Carvalho orientou sobre os cuidados que devem se tomados pelos internautas ao se relacionarem nas redes sociais: necessidade de troca frequente de senhas e cuidado com o risco para o alto nível de exposição.
Ao final de sua fala, ele recomendou sites com dicas de Segurança da Informação: o www.internetsegura.br e o www.olhardigital.uol.com.br.