2ª Vara Criminal realiza audiência dos acusados presos na Operação Conexão Nordeste

A 2ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco realizou nos últimos dias 25 e 26 de fevereiro a audiência de instrução dos oito acusados de roubo qualificado, posse ilegal de arma de uso restrito, formação de quadrilha e falsidade ideológica, presos durante a chamada Operação Conexão Nordeste, deflagrada no mês de junho de 2012.

Eles foram presos depois de uma investigação da Polícia Federal (PF), que apurou o envolvimento do grupo em roubos à mão armada e falsificação de documentos públicos, com o intuito de arrecadar dinheiro para financiar atividades ligadas ao tráfico de drogas. Alguns deles eram fugitivos da Justiça nos estados do Maranhão e Pernambuco, por envolvimento em homicídio e roubos a bancos e agências dos Correios.

A operação de captura dos acusados envolveu a participação do Comando de Operações Táticas (COT) da PF, que se deslocou de Brasília até o Acre para efetuar as prisões. No total, 50 homens da corporação e 25 policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar participaram da ação. Com os acusados foram encontradas armas de fogo e munição de uso restrito do Exército.

Instrução

A audiência de instrução durou dois dias e foi conduzida pelo juiz Alesson Braz, no exercício da titularidade da 2ª Vara Criminal. Foram ouvidos a representante do Ministério Público Estadual (MPE), promotora Joana Dar´c, os advogados das partes, além dos acusados e testemunhas.

Denúncia

De acordo com a denúncia do MPE, o grupo armado teria invadido uma residência da Capital, na madrugada do dia 25 de junho de 2012, onde também funciona um estabelecimento comercial, e rendido o proprietário e sua família, mediante grave ameaça (emprego de arma de fogo). A intenção seria subtrair a quantia de aproximadamente R$ 20 mil, além de jóias e outros objetos de valor.

A primeira intenção dos réus seria arrecadar dinheiro para a compra de armamento pesado para realização de assaltos maiores, o que lhes possibilitaria, em tese, enfrentar a polícia abertamente, em caso de confronto, o que na região nordeste é conhecido como roubo “na tora”. O objetivo final do grupo seria a compra de cocaína em países vizinhos com a Bolívia e o Peru para ser revendida no Brasil.

Combate ao crime organizado

Todo o sistema operacional do grupo foi desbaratado graças a investigações conjuntas, realizadas pelas polícias federais do Acre e Maranhão, nas denominadas Operação Nordeste e Operação Sertão, que investigariam a participação de alguns dos membros em assaltos a agencias bancárias e dos Correios, em ações quase sempre marcadas pelo uso da violência.

As investigações conduzidas pelos departamentos de Polícia Federal dos dois estados permitiram concluir que o grupo criminoso estaria migrando suas atividades da região nordeste para o Acre, mantendo, porém, o mesmo padrão de atividades, sempre relacionadas ao tráfico de drogas.

Relatos de testemunhas

As vítimas relataram que “viveram momentos de pânico” durante as ações do grupo criminoso. “Nós acordamos e eles já estavam dentro de casa, exigindo dinheiro, jóias. Eles queriam o nosso faturamento. Já sabiam até que nós havíamos comprado um cordão de ouro. Queriam esse cordão também”, afirmou uma delas.

Demonstrando ainda estar abalada com o ocorrido, a vítima disse ainda que “um deles pegou minha filha pelos cabelos, colocou o cano do revolver na boca dela e ameaçou matá-la”.

Uso das tecnologias

Cinco dos acusados encontram-se recolhidos em presídios federais de segurança máxima, dois deles em Mossoró (RN) e outros três em Catanduva (PR). Eles participaram da audiência através de um sistema de videoconferência, que lhes permitiu acompanhar, em tempo real, os testemunhos das vítimas e os posicionamentos do Ministerio Publico e dos advogados.

De acordo com o juiz Alesson Braz, ao optar por utilizar o sistema, a intenção foi a de reduzir os custos para a realização da audiência. “Começando pelo custo que seria trazer esses cinco presos aqui para o Acre e também pela segurança do presídio, que aqui não seria a mesma. Isso não trará qualquer prejuízo para os réus, uma vez que um telefone está destinado exclusivamente para que eles possam falar com seus advogados e defensores públicos a qualquer momento. Além disso, eles também estão acompanhados por outros defensores lá nas unidades onde estão encarcerados”, explicou.

Julgamento

A partir de agora, o juiz vai aguardar o cumprimento de cartas precatórias para que sejam ouvidas testemunhas na cidade de Cruzeiro do Sul e também no estado da Paraíba. Depois das oitivas dessas testemunhas, serão apresentadas as alegações finais das partes e, somente após essas etapas, serão conhecidas as sentenças dos acusados.

Assessoria | Comunicação TJAC

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