O Estado foi escolhido para sediar o terceiro curso – O Poder Judiciário e os Direitos dos Povos Indígenas.
Nesta quinta-feira, 22, aconteceu, em Cruzeiro do Sul, a abertura do curso nacional “O Poder Judiciário e os Direitos dos Povos Indígenas”, promovido pela Escola Nacional de Formação dos Magistrados (Enfam), com o apoio do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), por meio da Escola do Poder Judiciário (Esjud).
O curso foi realizado nos últimos dois anos nos estados do Amazonas e Roraima, e é direcionado aos magistrados federais e estaduais que atuam com processos envolvendo questões relacionadas aos Direitos dos povos indígenas.
O anfitrião e presidente do TJAC, desembargador Francisco Djalma, ressaltou a honra para o estado ser a sede de um evento dessa magnitude. “Esse ato é muito importante para a magistratura. O TJAC, em parceria com a Enfam, se sente honrado por esse momento. A escolha do curso no Juruá é devido à concentração de 70% dos povos indígenas na região. Não haveria lugar mais propício, disse.
São cerca de 30 juízes, que até o dia 25 estarão conhecendo a realidade dos indígenas do Acre em uma troca de conhecimento, com o propósito de serem multiplicadores em seus estados e regiões. Participaram também da abertura do curso, que aconteceu no auditório da Cidade da Justiça, os desembargadores Eva Evangelista, Samoel Evangelista, Denise Bonfim, Waldirene Cordeiro, Regina Ferrari e Luiz Camolez.
O coordenador do Enfam, desembargador Eládio Lecey frisou a importância da experiência na formação dos juízes e magistrados. “O objetivo é aproximar o juiz da realidade indígena, afinal, eles têm peculiaridades, direitos, que muitas vezes não são bem compreendidos pela sociedade, e o próprio Judiciário não tem conhecimento”, finalizou.
O diretor da Esjud, desembargador Roberto Barros, ressaltou que o curso reúne mais de dez lideranças indígenas e que a imersão permitirá e a ida dos cursistas à aldeia Ashaninka, no rio Amônia, será uma oportunidade para conhecer mais da forma de vida e o conhecimento da população indígena. “Será uma interação muito grande nos próximos dias, e o fundamental entender que a lógica é um pouco invertida. Não somos nós que vamos ensinar, viemos para aprender com os profissionais da Funai e principalmente, com os povos indígenas”, disse.
A liderança indígena Edna Shanenawa falou com entusiasmo da experiência. “Minha expectativa nesse evento é muito grande. Esse é o primeiro momento que estamos tento oportunidade de estar juntos, e alinhar nosso conhecimento com o deles. Isso vai fortalecer muito para o meu conhecimento e o conhecimento dos juízes, como reivindicamos nossos direitos e a gente ter conquistado ao longo de muito tempo”.